As canoístas Francisca Laia e Maria Rei admitiram hoje alguma «surpresa» pelo apuramento para a final de K2 200 metros dos Mundiais de Copenhaga, sobretudo pelo pouco tempo que têm de trabalho em conjunto.
“Foi uma prova muito disputada. Quando acabei, achava mesmo que não íamos passar. Com a minha miopia, vi o placard ao longe e parecia a bandeira portuguesa no terceiro lugar. Para mim é especial por ser a primeira final num Campeonato do Mundo e já ando aqui há algum tempo”, regozijou-se Francisca Laia, em declarações à agência Lusa.
A olímpica no Rio2016, de 27 anos, e Maria Rei, de 21, e que esteve nos Mundiais de sub-23, só começaram a trabalhar juntas há duas semanas, sob a orientação técnica de Leonel Correia.
As duas terminaram a sua prova em 39,54 segundos, na terceira posição, a 38 centésimos das italianas Irene Bellan e Francesca Genzo, e ‘roubaram’ a vaga às anfitriãs dinamarquesas, quartas, por somente dois centésimos de segundo.
“Como temos pouco tempo de trabalho juntas, estamos ainda a encontrar a fórmula para as coisas acontecerem. Claramente, há coisas a melhorar e o arranque é o principal desafio. Não era expectável que fossemos muito rápidas nos 200 metros”, acrescentou.
Maria Rei prometeu “dar o melhor” na final de sábado, tentando, pelo menos, “melhorar” o desempenho das duas regatas disputadas.
Na paracanoagem, Norberto Mourão, medalha de bronze em Tóquio2020 em VL2, passou à final em terceiro numa série “muito difícil”.
“Ao contrário do que muitos possam pensar, esta eliminatória era a mais difícil. Estiveram aqui o terceiro, quarto, quinto e sexto em Tóquio2020. Não foi nada fácil. Arranquei forte, como é costume, nas no fim já se notou a falta de treino esta semana. Precisávamos de descansar [após Tóquio2020], era importante, mas agora nota-se”, admitiu.
Mourão, atual vice-campeão do mundo e campeão da Europa, concluiu o desafio em 56,02 segundos, a 14 centésimos do espanhol Higinio Rivero, que bateu o russo Igor Korobeynikov por um centésimo de segundo.
Agora, para a final de sexta-feira, promete “o máximo empenho e acreditar até ao fim”, temendo somente “rebentar nos últimos cinco metros”, face à ausência de treino desde os Jogos Paralímpicos.
“Não é peso adicional no barco, mas eu e o atleta do Brasil somos o alvo a abater. Todos a olhar para nós como referências para nos baterem. Só temos de nos tentar superar para melhorarmos o que conseguimos”, concluiu.
Portugal compete nos Mundiais com 11 atletas em 13 tripulações, duas das quais na canoagem adaptada.