O órgão regulador das telecomunicações russo Roskomnadzor ameaçou hoje bloquear o YouTube se a rede social se recusasse a levantar a suspensão das contas alemãs do canal de televisão público russo RT.
A autoridade das telecomunicações russa declarou que pediu ao Google, a empresa-mãe da rede social, "que levantasse o mais rápido possível as restrições impostas aos canais do RT DE e Der Fehlende Part no YouTube".
“A legislação prevê a suspensão total ou parcial do acesso caso o proprietário de uma plataforma não execute uma recomendação do Roskomnadzor”, afirmou.
O portal norte-americano do Google bloqueou as contas do RT DE e Der Fehlende Part na terça-feira por violarem as regras internas da comunidade ao disseminar "informações falsas" sobre o novo coronavírus e por querer contornar a suspensão do ‘download’.
É “um ato de agressão de informação sem precedentes por parte do YouTube”, reagiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros, num comunicado divulgado na madrugada de hoje, acusando as autoridades alemãs de terem “obviamente incentivado, até mesmo insistido” nessa decisão.
“O objetivo desta agressão aos projetos do grupo russo é óbvio: silenciar as fontes de informação que não se encaixam num enquadramento mediático confortável” para as autoridades na Alemanha, declarou a diplomacia russa, observando nesta ação “a continuação de uma guerra de informação contra a Rússia”.
Neste contexto, “a tomada de medidas retaliatórias simétricas contra os meios de comunicação alemães na Rússia (…) parece não apenas apropriada, mas também necessária”.
A RT, que também transmite em inglês, francês e espanhol, é vista como parte dos esforços de propaganda internacional do Kremlin.
O YouTube bloqueou as suas contas porque a RT DE queria, através do seu canal Der Fehlende Part, contornar a proibição de transmissão de novos vídeos por uma semana por causa da disseminação de desinformação sobre a covid-19, segundo os meios de comunicação alemães.
De acordo com a RT, esta suspensão deveria ser levantada hoje.
A Rússia intensificou os ataques contra as principais redes sociais e plataformas digitais nos últimos meses, acusando-as de estar a serviço dos interesses ocidentais.
Em particular, forçou o Google e a Apple a bloquear uma série de conteúdo na Rússia relacionado ao opositor ao Kremlin Alexei Navalny.