Centenas de adeptos portugueses ‘afinam’ as vozes e mostram-se confiantes antes do jogo mais importante da história do futsal luso, a final de hoje do Mundial frente à Argentina, atual detentora do título.
Num ‘pub’ a cerca de 350 metros da Zalgiris Arena, em Kaunas, na Lituânia, palco da partida decisiva, uma multidão vestida a rigor acorreu ao local a partir das 16:30 (horas locais), onde, com cerveja à mistura, treinaram cânticos para ‘abafar’ os adeptos argentinos, tal como esperam que a equipa das ‘quinas’ o faça dentro da quadra.
O espaço foi organizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que ofereceu aos adeptos um ‘voucher’ de duas cervejas e uma camisola de apoio à seleção, bem como bandeiras, apitos e outros acessórios, para criar um ambiente ensurdecedor na arena.
Entre os adeptos, a maioria jovens a estudarem em cidades europeias geograficamente perto da Lituânia ao abrigo do programa Erasmus, estavam pai e filho vindos da Escócia, de propósito para assistir ao Mundial de futsal, sendo que o pai veio para todo o torneio e o filho só para a final.
“Estou cá desde o início e prometemos que, na final, estávamos cá todos para apoiar. Por isso, está aqui a família toda: filhos, enteados, sobrinhas, tias, primas, tudo. Toda a família lituana está aqui a fazer barulho”, explicou Ricardo Queirós, à agência Lusa.
Casado com uma lituana, mas a viver na Escócia, o emigrante português, de 44 anos e com a cara pintada com as cores lusas, assegurou que o público lusitano vai “gritar do início ao fim” e “comer um bife à argentina”, esperando que os cerca de 600 adeptos de Portugal esperados na bancada fiquem todos juntos, para o apoio ser mais efetivo.
“Temos empatado tudo depois de Marrocos, por isso vai ser mais um empate. Vamos ver se conseguimos um golo mesmo no final, antes de irmos a penáltis, que não aguento mais. Se formos a penáltis, estou na ambulância”, atirou, considerando o jogo das meias-finais com o Cazaquistão “o mais intenso” até agora, decidido nos penáltis.
O filho Afonso, de 19 anos, chegado no sábado da Escócia e com viagem marcada já para segunda-feira, diz que tem acompanhado os jogos todos em casa e espera um grande ambiente na arena, pois as seleções portuguesas sentem-se sempre em casa.
“Vai bombar, temos tambores e tudo”, alertou, acrescentando: “Acho que vai ser um jogo difícil, mas acho que conseguimos vencer. Estou a prever um 3-2 para Portugal.”
Nos grupos repletos de jovens, Guilherme Padez e Mariana Simões, ambos de 20 anos, a estudarem na Polónia e na República Checa, respetivamente, contam à Lusa que vieram de propósito para a final e expressaram a crença em ver um triunfo histórico.
“Espero um jogo renhido, entre duas seleções bastante fortes, mas estou confiante em Portugal. Para além de ser um momento histórico para nós, considero que temos boa equipa e conseguimos ganhar a final”, disse Guilherme, que veio num grupo com mais 60 portugueses, de viagem marcada para a 01:00, esperando fazê-la em grande festa.
Esperando aprender todos os cânticos a tempo do início do encontro, Guilherme Padez deseja que o jogo vá a penáltis, para a vitória ser “ainda mais decisiva e emocionante”.
Já Mariana Simões, que tem Ricardinho como jogador preferido, realçou que este ambiente pré-jogo no ‘pub’ de Kaunas será “cinco vezes melhor” dentro do pavilhão.
A seleção portuguesa de futsal, campeã europeia em título, entra hoje em campo em busca da ‘glória eterna’, procurando bater a campeã mundial Argentina, num encontro que está agendado para as 20:00 locais (18:00 em Lisboa), na Zalgiris Arena, em Kaunas.