O Sindicato Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro) pediu hoje que a proteção da saúde dos jogadores seja questão prioritária na elaboração do calendário de competições, depois de um estudo ter revelado uma sobrecarga de jogos na última temporada.
De acordo com o estudo, alguns futebolistas passam entre 70% a 80% do período de competição com um ritmo de dois jogos por semana, e a carga competitiva dos jogadores internacionais aumentou de 61% para 67% na última época.
O cálculo baseia-se em futebolistas que depois de jogarem, pelo menos, 45 minutos numa partida, voltaram a jogar esse mesmo tempo em menos de cinco dias.
O estudo, elaborado pela KPMG, analisa dados de 40.000 jogos e tem uma amostra de 265 jogadores, de 44 ligas, e decorreu entre junho de 2018 e agosto de 2021.
O FIFPro alerta para os riscos da sobrecarga competitiva na saúde dos jogadores, bem como para os efeitos provocados por longas deslocações, em curtos períodos de tempo.
De acordo com o estudo, que abrangeu o período em que as competições estiveram suspensas devido à pandemia de covid-19, alguns jogadores percorreram mais de 200.000 quilómetros, o que equivale a cinco voltas ao mundo, nas últimas três temporadas.
O sindicato recomenda que cada jogador tenha, pelo menos, 28 dias de férias fora do período competitivo, e 14 durante o mesmo, dando como exemplo um futebolista que teve uma média de menos de sete dias de descanso por época, nos últimos três anos.
O secretário-geral da FIFPro, Jonas Baer Hoffmann, considera essencial uma análise do relatório para defender a saúde e integridade física dos jogadores.
“Necessitamos de mecanismos para proteger os jogadores, que devem ser sempre tidos em conta quando se elaboram os calendários. É tempo de fazer da saúde e do rendimento dos jogadores uma prioridade”, disse.