A SAD do FC Porto apresentou um resultado líquido consolidado positivo de 33,405 milhões de euros (ME) na época 2020/21, o melhor resultado de sempre, anunciou hoje a sociedade do clube da I Liga portuguesa de futebol.
“Apesar do impacto adverso da pandemia [de covid-19], o resultado líquido consolidado apresentado pela Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, em 2020/21, foi positivo em 33,405 ME, o melhor resultado obtido por esta sociedade”, informou a SAD portista, em comunicado divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
As transações com passes de futebolistas tiveram um contributo muito positivo nos resultados consolidados da época passada, na ordem de 74,792 ME, e os proveitos operacionais - excluindo passes de jogadores – também aumentaram significativamente, atingindo 153,613 ME, por força da participação na Liga dos Campeões, na qual o FC Porto foi eliminado nos quartos de final.
De acordo com o comunicado da SAD ‘azul e branca’, os custos operacionais - excluindo passes de jogadores – cresceram durante 2020/21, mas de forma mais ligeira, “devido a um aumento dos custos com o pessoal, uma vez que esta rubrica inclui prémios que pertencem à temporada passada e que penalizaram o resultado em 9,498 ME”.
Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto com o pelouro financeiro, considerou o exercício da época de 2020/21, que classificou de “atípico, devido à pandemia”, de “muito bom em termos absolutos”, em que foi alcançado “o melhor resultado de sempre”.
A obtenção do resultado positivo “excelente” de 33,4 ME ficou a dever-se à convergência do desempenho na Liga dos Campeões, que rendeu aos cofres dos ‘dragões’ 73,7 ME, e às mais-valias realizadas com a venda de jogadores, perto de 74,8 ME.
“Ao fim de quatro anos, cumprimos todas as regras que a UEFA determinou para sair da alçada do fair-play financeiro. Vamos enviar à UEFA o resultado do exercício para que possa, em breve, declarar que o FC Porto cumpriu e saiu do fair-play financeiro”, referiu Fernando Gomes, na apresentação das contas.
O ativo, que atinge os 407,8 ME, cresceu 107,1 ME face a junho de 2020, principalmente, devido ao aumento dos saldos a receber de clientes, em 71,6 ME, mas também do valor contabilístico do plantel, em 33,9 ME, refletindo o investimento realizado.
O passivo cresceu 74,2 ME, ascendendo a 526,1 ME. De destacar que, apesar do crescimento global dos empréstimos, 59,7 ME da dívida são relativos à antecipação de contas a receber de vendas de passes de jogadores.
Para Fernando Gomes, a manutenção de bons resultados na Liga dos Campeões e a venda de jogadores é essencial para manter as contas do FC Porto equilibradas, pelo que, na janela de transferências de inverno ou no final da época, é fundamental realizar receitas com transferências.
O administrador considerou o ativo “sólido”, embora subvalorizado, devido ao valor atribuído ao plantel, na ordem de 110 ME, quando sítios de referência o avaliam em 265 ME, e formulou o desejo de os exercícios continuarem a apresentar saldo positivo.