A seleção portuguesa de sub-21 de futebol venceu hoje a congénere da Islândia por 1-0, no grupo D de qualificação para o Europeu da categoria, mas o guarda-redes luso Celton Biai foi decisivo, na primeira parte, para essa vitória.
A seleção islandesa foi manifestamente superior à ‘seleção das quinas’ nos primeiros 35 minutos, por mais surpreendente que possa parecer, e valeu a Portugal a atuação do guarda-redes Celton Biai para garantir que a baliza lusa tivesse chegado ao intervalo inviolada, com quatro grandes defesas em situações limite, de golo feito.
Nesse período, Portugal foi uma equipa completamente à deriva em campo, com uma linha média que foi, por um lado, incapaz de segurar a bola e controlar o jogo, e por outro, incapaz de pressionar, de marcar os adversários, de acertar com o tempo de entrada aos lances, o que fez com que a Islândia parecesse uma seleção de topo europeia nesse período do jogo.
O problema foi justamente um meio-campo vestido de ‘smoking’, que só jogava quando tinha a bola, quando não a tinha, via passar os islandeses, que chegavam à área portuguesa, de frente para a baliza, com a bola dominada, várias vezes, vezes demais, em boas situações para finalizar, a que acrescia ainda a agravante do desacerto dos centrais Tiago Djaló e Eduardo Quaresma.
Só nos últimos 10 minutos da primeira parte é que Portugal conseguiu gerir a posse de bola e ter algum controlo sobre o jogo, criando algumas situações de perigo para a baliza islandesa, nomeadamente através de Gonçalo Ramos e Fábio Silva, mas sem a iminência de golo que caracterizou os quatro lances criados pelo ataque islandês.
Seja como for, Portugal só foi para o intervalo empatado e só saiu de Reiquiavique com uma vitória por causa do seu guarda-redes, que criou as condições para tal, e não chegam as atenuantes do relvado sintético, do frio e do vento, que também existiram.
A segunda parte foi diferente, a seleção portuguesa mostrou outra atitude e corrigiu alguns posicionamentos, sobretudo na defesa e no meio-campo, teve muito mais bola e controlou o jogo, perante um adversário fisicamente forte, determinado e com conceitos e automatismos de jogo mais consolidados do que seria de esperar.
O único golo da partida surgiu aos 55 minutos, por Fábio Vieira, um dos melhores, a aproveitar com classe um erro defensivo dos islandeses, numa saída de bola na primeira fase de construção de jogo.
A ‘seleção das quinas’, que teve sempre o jogo controlado na segunda parte, com exceção dos derradeiros minutos, quando a Islândia arriscou o tudo por tudo, também não foi capaz de chegar ao segundo golo que traria a tranquilidade, e uma das razões foi a menor inspiração de Gonçalo Ramos na finalização, ele que costuma ser eficaz neste tipo de lances.