Nenê guiou o Vilafranquense à quarta eliminatória da Taça de Portugal de futebol, ao apontar o ‘hat-trick’ da vitória sobre o Real Massamá, e assumiu que está a ser o melhor arranque de temporada desde que voltou a Portugal.
Aos 38 anos, o avançado brasileiro, que foi o melhor marcador da I Liga em 2008/2009, já leva seis golos em igual número de jogos pela formação ribatejana, que compete no segundo escalão nacional.
"Não esperava este início de temporada. Até porque vim de férias do Brasil e estava sem ritmo de jogo. Não esperava que fosse tão eficaz, mas fico contente com o dia-a-dia na equipa. Está a ser o melhor início de época desde que regressei a Portugal, mas quero continuar assim para aumentar esses números", adiantou o jogador, em declarações à Lusa.
O avançado já tinha representado o Nacional na I Liga, em 2008/2009, por empréstimo do Cruzeiro, e nessa época arrecadou o prémio de melhor marcador do campeonato português, com 20 golos, mais três do que o brasileiro Liedson (Sporting) e o paraguaio Óscar Cardozo (Benfica).
A veia goleadora chamou a atenção de vários clubes europeus e Nenê acabaria por rumar ao campeonato italiano, onde jogou pelo Cagliari, Hellas Verona, Spezia e Bari até 2018.
Nesse ano, o Moreirense mostrou interesse nos préstimos do goleador e avançou para a sua contratação, mas, em Moreira de Cónegos, o experiente ponta de lança apenas marcou sete golos em 56 jogos durante duas temporadas na I Liga, prosseguindo a carreira no Leixões, pelo qual se estreou no segundo escalão português e anotou 10 golos em 36 jogos.
No entanto, o vínculo com a formação de Matosinhos durou apenas uma temporada e o brasileiro rumou ao Brasil para passar férias...mas sempre com a esperança de voltar a Portugal.
"A intenção sempre foi voltar a Portugal, mas o tempo passa e ao analisar o mercado, com a idade mais avançada, parecia que as coisas não iam correr bem e que teria de ficar mais uns tempos no Brasil", confessou o avançado, agradecendo depois o interesse demonstrado pelo Vilafranquense: "Estou muito feliz aqui e agradeço ao clube ter aberto a porta para demonstrar aquilo que sei fazer".
Na formação ribatejana, Nenê assumiu uma importância significativa e, além de marcador de serviço, com dois golos na II Liga e quatro na Taça de Portugal, também já foi dono da braçadeira de capitão por duas vezes devido à ausência dos habituais capitães de equipa.
"Se formos uma equipa unida, todos somos capitães", refere, apontando a experiência como um dos fatores que levaram à decisão. "O ‘mister’ deu-me confiança para ajudar os jovens da equipa", sublinha.
Relativamente à temporada 2008/2009, que considerou a melhor da carreira, o avançado da formação orientada pelo técnico Filipe Gouveia disse que ainda “pesa” o facto de ter sido melhor marcador no escalão principal, mas é perentório a afirmar que a “dedicação e profissionalismo” são hoje iguais aos daquela época.
A pensar no futuro, o brasileiro, que apontou o ‘hat-trick’ da vitória na Taça sobre o Real Massamá, por 3-2 após prolongamento, no sábado, destaca a manutenção do Vilafranquense como o principal objetivo da temporada e aponta a mira aos 15 golos: “O meu objetivo era manter o número de golos da época passada, mas agora a meta é superar esses números".
O próximo desafio para elevar a contagem é já na sexta-feira, em Rio Maior, quando o brasileiro entrar em campo para enfrentar o Leixões, equipa que representou na época passada e onde deixou “grandes amigos”. Todavia, dentro de campo o único pensamento que passa pela cabeça do experiente avançado é ajudar o Vilafranquense a conquistar os três pontos.