A petição a favor das novas tecnologias no futebol foi hoje entregue ao presidente da Assembleia da República (AR), faltando agora encontrar eco nas instituições que regem o futebol europeu (UEFA) e mundial (FIFA).
Num acto em que contou com a presença de diversas individualidades ligadas à modalidade e não só, o comentador da SIC Rui Santos entregou a Jaime Gama uma petição onde constavam mais de sete mil assinaturas, um número mais do que suficiente para que suba a plenário, como disse na altura o presidente da AR.
''Agora, a petição vai ser encaminhada para uma comissão, que vai ouvir os profissionais ligados à modalidade. Acho que deve ser feito um grande esforço para se analisar o problema e tentar encontrar uma solução que agrade todos os que acompanham o fenómeno desportivo e o futebol em especial'', afirmou na ocasião Jaime Gama.
A importância das novas tecnologias em poder corrigir eventuais erros no campo por parte das equipas de arbitragem foi salientada pelos presentes, com realce para o árbitro Pedro Henriques, que marcou presença a título pessoal.
''Sou totalmente a favor, especialmente do vídeo-árbitro. É melhor perder 10 segundos e poupar uma dor de cabeça, do que cometer um erro que pode marcar uma carreira'', afirmou o árbitro lisboeta.
Com o sentimento do dever cumprido estava Rui Santos, que se mostrou esperançado de que a partir de agora a matéria venha a ser encarada com outros olhos.
''Fico com a esperança de que ao entregar esta petição, o poder político e os partidos representados na AR tenham uma posição clara sobre esta matéria. Não é mais possível separar o futebol do que são os interesses da sociedade civil'', afirmou.
A possibilidade de a petição poder encontrar eco nas instâncias que regem a modalidade internacionalmente não é o que move Rui Santos, mas este não esconde alguma esperança.
''Somos um país periférico da Europa, um país pequeno, mas devemos ter o orgulho de ser portugueses e de ser empreendedores. Devemos ter essa capacidade de fazer chegar, quer à UEFA quer à FIFA, aquilo que é o produto do nosso pensamento e que deve estar alinhado com aquilo que de melhor o futebol pode projectar'', sublinhou Rui Santos.
Entre os presentes estiveram os representantes máximos dos dois rivais de Lisboa, Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, e José Eduardo Bettencourt, presidente do Sporting, tendo sido notada a ausência de um representante do FC Porto.
''O FC Porto tinha um jogo hoje e admito que isso possa ter condicionado a sua não presença. Mas quem está está, quem não está não está. Quem se revê revê-se, quem não se revê não se revê, isto não é um movimento de imposição é um movimento de inclusão. Mas sei que há pessoas no FC Porto que são muito caras a esta matéria e a apoiam'', minimizou Rui Santos.
Por seu turno, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, mostrou a sua total disponibilidade em colaborar.
''Eu e a federação estamos disponíveis para, quando for necessário, colaborarmos e ver o que poderá ser feito nessa matéria. No entanto, há também que ter em atenção a questão dos custos'', afirmou o dirigente.
O presidente da Liga foi igualmente manifestar o seu apoio: ''Eu sou favorável à introdução de novas tecnologias, que venham ajudar a equipa de arbitragem a tomar uma melhor decisão. Não defendo as interrupções do jogo, mas sim que possamos adaptar os meios tecnológicos ao desporto em geral e ao futebol em particular''.
''Acho que é uma questão de tempo. Sei que vai haver meios tecnológicos, só não sei é quando'', frisou Hermínio Loureiro, mostrando-se convicto na adopção das novas tecnologias no futebol.