A Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia defendeu hoje a vacinação dos idosos contra a covid-19, gripe, pneumonia, tosse convulsa e herpes-Zoster, para reforçar o sistema imunitário no combate a estas doenças que podem ser fatais em idades avançadas.
No dia em que se assinala o Dia Mundial do Idoso, a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG) elaborou um conjunto de recomendações para o envelhecimento saudável, que implica o reforço do sistema imunitário dos idosos através da vacinação com este conjunto de vacinas.
“As nossas recomendações para a vacinação é porque de facto é extremamente importante tanto nas pessoas idosas como nas crianças”, disse à agência Lusa o presidente da SPGG, Manuel Carrageta.
Para o especialista, existe “um bom esquema vacinal” nas crianças, mas nas pessoas idosas “é preciso fazer mais qualquer coisa”, uma vez que as vacinas constituem um dos pilares do envelhecimento saudável.
“A vacinação é um dos maiores sucessos da história da Medicina, tendo salvado mais vidas, talvez nos últimos 50 anos, do que qualquer outra intervenção médica”, disse, salientando que a pandemia de covid-19 mostrou como “as vacinas são tão importantes e eficazes, sobretudo, para salvar vidas de pessoas mais idosas”.
Manuel Carrageta enfatizou que, tanto na gripe como na covid-19, mais de 90% das mortes ocorrem em pessoas com mais de 60 anos.
“É nesta população que temos de ser mais assertivos no sentido da vacinação”, defendeu, salientando também a importância da vacina contra a pneumonia, “uma causa importantíssima de morte nas pessoas mais idosas”.
Relativamente à vacinação da gripe, a SPGG recomenda a administração da vacina quadrivalente, de preferência com dose reforçada, todos os outonos – idealmente entre novembro e a primeira quinzena de dezembro -, mas no máximo antes do início da primavera.
Destaca ainda a importância da vacina contra a Herpes zoster, relativa à doença conhecida como “cobrão” ou “zona”, que é menos conhecida, e que se manifesta por dor intensa e erupção vesicular unilateral, geralmente no tórax.
“Esta infeção complica-se muitas vezes com dor persistente e difícil de tratar, podendo causar sofrimento de tal ordem que, em alguns casos, pode até levar ao suicídio. Associa-se também a um aumento do risco de cegueira por herpes ocular, acidente vascular cerebral, parestesias e paralisias nervosas, incluindo a síndrome de Guillain-Barré”, refere a SPGG.
Manuel Carrageta explicou que existe mais do que um tratamento para esta doença, mas notou que a vacina é “muitíssimo eficaz”.
“Devia ser administrada às pessoas com mais de 50 anos porque assegura imunidade para o resto da vida”, defendeu.
Por fim, destaca a importância da administração da vacina da tosse convulsa, doença que pode ser bastante grave nos idosos.
Esta vacina pode ser administrada em conjunto com as vacinas do tétano e da difteria, que devem ser administradas de 10 em 10 anos, explicou o presidente da SPGG, que tem como objetivo contribuir para melhorar o bem-estar e a saúde das pessoas mais idosas.