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Ténis: Estrela japonesa pergunta por colega chinesa que desapareceu após acusações de violação

A estrela do ténis japonesa Naomi Osaka disse hoje ter ficado chocada ao ouvir sobre o caso da colega chinesa Peng Shuai, que desapareceu após ter acusado um ex-alto quadro do Governo chinês de agressão sexual.

Ténis: Estrela japonesa pergunta por colega chinesa que desapareceu após acusações de violação
Futebol 365

Osaka juntou-se, nas redes sociais, aos internautas que questionam: onde está Peng Shuai? (“#WhereIsPengShuai”).

“Não estou certa se estão a acompanhar as notícias, mas fui informada, recentemente, sobre uma colega jogadora de ténis que desapareceu logo após revelar que foi abusada sexualmente. A censura nunca é aceitável”, frisou.

Osaka, de 24 anos, disse esperar que Peng e a sua família “estejam bem”.

“Estou chocada com a situação atual”, escreveu.

Outros jogadores importantes, incluindo Novak Djokovic, e os organizadores dos torneios de ténis profissional feminino e masculino, apelaram a uma investigação completa sobre as alegações feitas pela bicampeã de duplas do Grand Slam.

No início do mês, Peng acusou o antigo vice-primeiro-ministro chinês Zhang Gaoli de a ter forçado a manter relações sexuais, através de uma mensagem difundida no Weibo, o Twitter chinês.

A mensagem foi removida poucos minutos depois e a imprensa chinesa, que está submetida à censura exercida pelo regime, não referiu o assunto.

Mais de uma semana após a denúncia, o presidente e chefe executivo da Associação de Ténis Feminino (WTA), Steve Simon, emitiu uma declaração a defender que “Peng Shuai e todas as mulheres merecem ser ouvidas e não censuradas”.

“A acusação sobre a conduta de um ex-líder chinês, envolvendo agressão sexual, deve ser tratada com a maior seriedade”, acrescentou.

Na segunda-feira, Andrea Gaudenzi, o presidente da ATP, que representa os profissionais masculinos, disse que as autoridades do ténis estão “profundamente preocupadas com a incerteza em torno da segurança imediata e do paradeiro” de Peng Shuai.

“Fomos encorajados pelas recentes garantias recebidas pela WTA de que ela está segura”, disse Gaudenzi. “Separadamente, apoiamos totalmente o apelo da WTA para uma investigação completa, justa e transparente das alegações de agressão sexual contra Peng Shuai”.

Peng, de 35 anos, escreveu que o antigo vice-primeiro-ministro e membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês, a cúpula do poder na China, a forçou a manter relações sexuais, apesar das repetidas recusas, após uma partida de ténis há três anos.

Ela disse que a esposa de Zhang ficou de guarda à porta durante o incidente.

Na mesma mensagem, Peng disse que, depois daquele primeiro encontro, ela passou a sentir algo por ele.

Como é normal para altos quadros chineses que se retiram, Zhang, de 75 anos, desapareceu em termos públicos após terminar a sua carreira política, em 2018.

Peng ganhou 23 títulos de duplas, incluindo em Wimbledon, em 2013, e no French Open, em 2014. Foi igualmente semifinalista em simples no US Open em 2014.

A tenista também disputou três Jogos Olímpicos - 2008, 2012 e 2016 - mas o Comité Olímpico Internacional permaneceu em silêncio sobre as suas alegações. O COI e a China estão a organizar em conjunto os Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizam no próximo ano, em Pequim.

A sua acusação foi a primeira contra um alto quadro do regime desde que o movimento #MeToo chegou à China, em 2018, antes de ser amplamente reprimido pelas autoridades no mesmo ano.

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