A Moderna anunciou hoje a sua intenção em desenvolver uma dose de reforço de uma vacina específica para a nova variante Omicron da covid-19, detetada na África do Sul e considerada “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A Moderna vai desenvolverá rapidamente uma vacina candidata para uma dose de reforço específica para a variante Omicron”, disse a farmacêutica norte-americana, citada em comunicado.
O anúncio faz parte de uma estratégia para trabalhar em doses de reforço específicas para variantes preocupantes, segundo a Moderna.
“Em 2020-2021, já incluiu doses de reforço para as variantes Delta e Beta”, adiantou a farmacêutica, dizendo que “demonstrou repetidamente a sua capacidade de mobilizar novos candidatos para a fase de testes clínicos em 60-90 dias”.
A Moderna reconheceu que “as mutações da Omicron são preocupantes” e está a movimentar-se “há vários dias o mais rápido possível para executar” a “estratégia de combate a esta variante”.
Também hoje a Pfizer e a BioNTech divulgaram um comunicado, no qual explicam que os seus laboratórios já estão a analisar a variante para determinar se a sua vacina (uma das mais utilizadas nos Estados e na Europa) precisará de algum tipo de “ajuste”.
A Johnson & Johnson, que comercializa a sua vacina na Europa sob o nome de Janssen, disse que já está a testar a eficácia do seu produto “contra a nova variante de rápida disseminação que foi identificada na África do Sul”.
Também a norte-americana Novavax e a britânica AstraZeneca disseram estar a analisar o efeito das suas vacinas contra a nova variante.
Paralelamente, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) considerou hoje “prematura” para antever se será necessária a adaptação das vacinas contra a covid-19 “com uma composição diferente” para fazer face à nova variante, sobre a qual os dados ainda são “insuficientes”.
“Se fosse demonstrado que uma nova variante mutante escapa da imunidade e se espalha rapidamente em locais onde a Delta [agora] predomina, seria relevante iniciar atividades relacionadas à atualização de vacinas”, admitiu a EMA.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou hoje como "de preocupação" a nova variante B.1.1.529 do coronavírus que causa a covid-19, detetada pela primeira vez na África do Sul, e designou-a pelo nome Omicron.
A nova variante foi comunicada à OMS pela África do Sul na quarta-feira, tendo o grupo de peritos consultivo da OMS para a monitorização da evolução do coronavírus SARS-CoV-2 se reunido hoje para avaliar a B.1.1.529 e proposto a classificação.
Segundo a OMS, a variante Omicron tem "um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes". Dados preliminares sugerem "um risco acrescido de reinfeção" com esta estirpe, por comparação com outras variantes de preocupação, adianta a agência da ONU em comunicado.
A nota refere que recentemente as infeções "aumentaram abruptamente" na África do Sul, coincidindo com a deteção da variante B.1.1.529 e que o número de casos associados a esta estirpe "parece estar a aumentar em quase todas as províncias do país".
De acordo com a OMS, o primeiro caso confirmado teve origem numa amostra recolhida em 09 de novembro.
A variante, que já "migrou" para Bélgica, Israel, Hong Kong (Região Administrativa da China) e Botswana, pode ser detetada nos testes de PCR (de maior sensibilidade).
Por definição, as variantes de preocupação estão ligadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas ou tratamentos.
A OMS aconselha as pessoas a manterem as medidas de proteção, como o uso de máscaras, a higienização das mãos, o distanciamento físico e a ventilação dos espaços fechados, bem como evitar multidões e vacinarem-se.
Os países devem melhorar a vigilância e os esforços de sequenciamento genético do vírus para compreender melhor as variantes circulantes do SARS-CoV-2 e reportar à OMS casos iniciais de infeções com estirpes de preocupação.