O médio Sérgio Oliveira (Futebolista do Ano) e o avançado Francisco Conceição (Atleta Revelação do Ano), do FC Porto, congratularam-se na segunda-feira com as suas distinções na gala anual de entrega dos Dragões de Ouro.
“É sempre mais fácil jogar do que falar. É um grande orgulho para mim. Cheguei a esta casa há 20 anos e ter o privilégio de receber um Dragão de Ouro do presidente [Pinto da Costa] é um prazer. Obrigado pelo carinho, não só de hoje, mas de sempre”, vincou Sérgio Oliveira, durante a gala realizada na tribuna VIP do Estádio do Dragão, no Porto.
O médio internacional português, de 29 anos, somou 20 golos e seis assistências em 48 jogos em 2020/21, sucedendo ao mexicano Jesús Corona como vencedor do prémio de Futebolista do Ano no clube em que concluiu a formação e se tornou um dos ‘capitães’.
“Obrigado ‘mister’ [Sérgio Conceição], não só pelo que fazemos juntos diariamente, mas também porque me ajudou a ser o jogador que sou hoje. Já são cinco anos juntos e algumas rugas, mas é um grande prazer continuar a ganhar consigo. Obrigado aos companheiros de equipa, a todo o ‘staff’ e à minha família, esposa, pai e mãe”, concluiu.
Se Sérgio Oliveira já conquistou dois campeonatos, duas Taças de Portugal e duas Supertaças, Francisco Conceição, de 18 anos, procura o primeiro título com o plantel principal do FC Porto, no qual se fixou em definitivo em fevereiro e já somou 31 jogos.
“Agradeço ao presidente, por me ter entregado este Dragão de Ouro. Agradeço à minha família, que sabe que significa tudo para mim. Agradeço a todos os companheiros de equipa que se cruzaram comigo desde que cheguei ao clube e às equipas técnicas que me ajudaram até hoje. Agradeço também a todos os adeptos, pelo apoio que sempre demonstraram para comigo. Para mim, é um sonho tornado realidade”, expressou.
Visivelmente emocionado, o dianteiro internacional sub-21 luso deixou o pai e treinador, Sérgio Conceição, com sentimento idêntico, tal como sucedeu em 20 de novembro, quando se estreou a marcar frente ao Feirense (5-1), em jogo da Taça de Portugal.
“É um grande orgulho e espero que possa continuar a fazer mais e melhor. Gostava de juntar a este prémio individual os troféus coletivos que ainda temos de ganhar este ano, porque este clube vive de títulos. Isto é apenas o início”, apontou um dos últimos talentos do Olival lançados pelo FC Porto, que esteve nomeado para o prémio Golden Boy 2021.
Além da dupla do plantel principal, o futebol deu mais o Dragão de Ouro de Atleta Jovem do Ano ao guineense Umaro Candé, extremo dos juniores, enquanto o ‘Bibota’ Fernando Gomes, antigo avançado e atual diretor do futebol de formação, foi o Dirigente do Ano.
A cerimónia arrancou com uma emotiva evocação da memória do histórico Reinaldo Teles, antigo atleta, seccionista, diretor, vice-presidente e administrador do FC Porto, que morreu em novembro de 2020, aos 70 anos, e foi eternizado como Recordação do Ano.
A nível de modalidades, a voleibolista Joana Resende e o andebolista Rui Silva receberam as estatuetas de Atleta Amador e Atleta de Alta Competição, respetivamente, enquanto o espanhol Moncho López, do basquetebol, voltou a ser reconhecido como Treinador do Ano seis anos depois, sucedendo ao técnico da equipa de futebol Sérgio Conceição.
Já o ciclista Amaro Antunes, vencedor das últimas duas edições da Volta a Portugal, foi designado como Atleta do Ano, categoria arrebatada no ano passado pelo futebolista Pepe, salientando um “dia especial” por ter sido distinguido “pelo clube do coração”.
“Este Dragão de Ouro tem o esforço de toda uma equipa. Agradeço muito ao presidente, pelo apoio e as vezes em que vai à Volta dar-nos uma força extra, e aos patrocinadores, uma vez que sem eles nada disto seria possível”, referiu o corredor da W52-FC Porto.
Os Dragões de Ouro foram lançados em 1985, já sob a presidência de Pinto da Costa, que entregou 14 prémios este ano, numa cerimónia em formato reduzido e com um leque restrito de convidados, devido às limitações impostas pela pandemia de covid-19.
Depois de ter agradecido individualmente a cada ‘dragonado’, reconhecendo que o FC Porto apresenta “qualidade fantástica” para “garantir que estará sempre a coberto de qualquer contratempo no futuro”, o presidente afirmou que “a obra continuará a crescer”.
“Parafraseando Fernando Pessoa, Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Penso que Deus quer que eu não esteja muito mais tempo a cumprir a missão que me destinou, mas sonho que ainda vou poder ser durante algum tempo útil ao FC Porto. Estou certo de que ainda terei tempo de mostrar aquilo que sempre fui: uma pessoa séria, honrada e sem ter nada que se lhe diga”, afiançou o dirigente mais titulado do futebol mundial, de 84 anos.