O norueguês Karsten Warholm, recordista mundial dos 400 metros barreiras, e a jamaicana Elaine Thompson-Herah, campeã olímpica dos 100, 200 e 4x100 metros, foram hoje distinguidos como atletas do ano pela World Athletics.
Na gala anual decorrida no Mónaco, mas transmitida por via digital, duas das ‘estrelas’ do atletismo nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, realizados de 23 de julho a 08 de agosto, devido à pandemia de covid-19, foram galardoados pelas prestações sublimes em 2021.
Karsten Warholm, de 25 anos, protagonizou um dos desempenhos mais notáveis de sempre nas pistas em 03 de agosto, quando se tornou o primeiro a correr os 400 metros barreiras abaixo dos 46 segundos, melhorando a marca mundial que já lhe pertencia.
“Foi uma corrida muito intensa e sabia que o norte-americano [Rai Benjamin], o brasileiro [Alison Dos Santos] e todos os outros estavam a perseguir-me muito. Começo sempre duro e nunca sei o que se vai passando atrás de mim. Lutei muito até à linha da meta e, quando vi que o tempo de 45,94 segundos era real, pensei: ‘Não foi tão mau’”, gracejou.
Um mês antes dessa proeza, o norueguês já tinha brilhado em Oslo, num ‘meeting’ da Liga Diamante, ao baixar para 46,70 segundos o recorde do mundo da distância, que estava fixado em 46,78 pelo norte-americano Kevin Young desde Barcelona1992.
“Estou muito feliz, mas não vi a vitória antes de cruzar a meta”, vincou Karsten Warholm, que fechou o ano como vencedor da Liga Diamante nos 400 metros barreiras e superou na distinção da World Athletics a concorrência do norte-americano Ryan Crouser, do sueco Armand Duplantis, do ugandês Joshua Cheptegei e do queniano Eliud Kipchoge.
Já Elaine Thompson-Herah produziu uma das melhores temporadas na velocidade, ao revalidar os títulos olímpicos nos 100 e 200 metros, adicionando ainda uma terceira medalha de ouro ao serviço da Jamaica no concurso de estafetas de 4x100 metros.
“Fiquei muito perto do recorde mundial [dos 100 metros] e tudo é possível”, afiançou, em alusão à marca olímpica de 10,61 segundos estabelecida em Tóquio2020, em 06 de agosto, que foi melhorada para 10,54 no final desse mês, numa prova em Eugene.
Essa cidade norte-americana do estado de Oregon vai albergar os Mundiais ao ar livre de 2022, entre 15 e 24 de julho, que representam o “próximo grande objetivo” de Elaine Thompson-Herah, capaz de resgatar este ano o título dos 100 metros na Liga Diamante.
Renovar as históricas marcas de 10,49 (100 metros) e 21,34 segundos (200) da norte-americana Florence Griffith-Joyner, ambas fixadas em 1988, norteia a ambição para a próxima época da jamaicana, que superou neste prémio a venezuelana Yulimar Rojas, a holandesa Sifan Hassan, a queniana Faith Kipyegon e a americana Sydney McLaughlin.
Karsten Warholm, que também foi eleito em outubro atleta do ano europeu, e Elaine Thompson-Herah sucederam a Armand Duplantis e Yulimar Rojas, respetivamente, no quadro de honra da World Athletics, que atribuiu galardões em mais oito categorias.
Como fenómenos em ascensão foram considerados os jovens norte-americanos Erriyon Knighton, de 17 anos, quarto na corrida de 200 metros em Tóquio2020, e Athing Mu, de 19 anos, que se sagrou campeã olímpica dos 800 metros e da estafeta de 4x400 metros.
O prémio Inspiração foi entregue ao catari Mutaz Essa Barshim e ao italiano Gianmarco Tamberi, que interromperam a final olímpica do salto em altura masculino para partilhar a subida ao lugar mais alto do pódio, em vez do desempate com recurso a novos ensaios.
A votação foi feita através de um painel triplo, com segmentos do Conselho da World Athletics (50% da ponderação), de elementos da ‘família World Athletics’ (25%) e do público em geral (25%), que foi convidado a pronunciar-se nas plataformas digitais.