O senegalês Lamine Diack, que foi presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), atual World Athletics, entre 1999 e 2015, morreu na quinta-feira aos 88 anos, em Dakar, confirmou hoje a sua família.
“Sim, o meu pai acaba de ser chamado por Deus, gostaríamos que ele continuasse nos acompanhando, mas ele foi embora”, disse o seu filho, Papa Massata Diack, à agência senegalesa de notícias.
Lamine Diack sucedeu como presidente da IAAF ao italiano Primo Nebiolo, após a sua morte em 1999, e serviu até 2015, quando o britânico Sebastian Coe, atual presidente da World Athletics, foi eleito.
Aquele que foi o primeiro não europeu a presidir à então IAAF foi um ícone do desporto nesta nação da África Ocidental e ocupou diferentes posições de poder tanto nesse campo quanto na política.
Nascido em Dakar em 1933 e tendo praticado diversos desportos na infância - atletismo, basquetebol, futebol, ténis e voleibol - Diack tornou-se, antes da independência do país, campeão nacional (7,63 metros) e campeão universitário (7,72 metros) no salto em comprimento em França, em 1958 e 1959, respetivamente.
Em 1973, foi eleito o primeiro presidente da Confederação Africana de Atletismo e, entre 1985 e 2002, ocupou a presidência do Comité Olímpico do Senegal.
Da mesma forma, Diack desempenhou as funções de Ministro da Juventude e Desportos do país, de Presidente da Câmara de Dakar e deputado na Assembleia Nacional do Senegal.
A brilhante carreira de Lamine Diack caiu em desgraça em 2015, quando foi preso em Paris, juntamente com o seu advogado Habib Cissé, por suspeita de desvio de fundos da IAAF e de receber ‘luvas’ para facilitar o doping na Rússia.
Em 16 de setembro de 2020, o ex-presidente da IAAF foi considerado culpado de corrupção ativa e passiva, bem como de violação de confiança, e condenado a quatro anos de prisão - dois deles isentos de cumprimento - bem como a pagar uma multa máxima de 500 mil euros.