A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos (ACNUR), Michelle Bachelet, considerou hoje inaceitável a vacinação forçada contra a covid-19, mas admitiu "multas apropriadas" para quem recusar ser vacinado.
"Sob nenhuma circunstância as pessoas devem ser vacinadas [contra a covid-19] à força, embora a recusa de uma pessoa em cumprir a obrigação de vacinação possa ter consequências legais, como uma multa apropriada”, defendeu Michelle Bachelet, numa mensagem de vídeo hoje divulgada.
Embora um certificado de vacinação seja exigido em cada vez mais países para certas atividades ou populações, poucos Estados exigem a vacinação para todos, uma medida de que deve permanecer como “último recurso absoluto”, segundo a Organização Mundial da Saúde.
A vacina anti-covid-19 é obrigatória para adultos na Áustria, no Tajiquistão e no Turquemenistão, na Indonésia, na Micronésia e na Nova Caledónia, um território francês com grande autonomia no sul do Pacífico, estando também em discussão na Alemanha.
Mas vários outros países – sobretudo da Europa e nos Estados Unidos - obrigam à vacinação certas categorias profissionais e adotaram restrições para os não vacinados.
A covid-19 provocou pelo menos 5.261.473 mortes em todo o mundo, entre mais de 265,80 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.572 pessoas e foram contabilizados 1.172.420 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.