A variante Ómicron do novo coronavírus, que causa a covid-19, está a tornar-se dominante na África do Sul, ultrapassando a mais letal Delta, anunciou hoje o ministro da Saúde sul-africano, Joe Phaahla.
O governante revelou, em conferência de imprensa digital, que cerca de 70% dos casos de covid-19 identificados desde novembro no país resultaram da variante Ómicron, divulgada à comunidade internacional em 25 de novembro pela África do Sul.
“A Ómicron impulsionou o ressurgimento dos casos de covid-19 na África do Sul”, referiu Phaahla, acrescentando que a sua transmissibilidade “é duas vezes e meia superior” à registada no país por qualquer outra variante da doença respiratória pandémica até à data.
O ministro salientou que “entre 07 de novembro e 04 de dezembro foram registados 90.000 casos de infeção em todas as províncias do país”.
“O número de casos de infeção em Gauteng na semana de 04 de dezembro, aumentou em cerca de 400% comparativamente à semana anterior (…) enquanto que as hospitalizações aumentaram 200%”, referiu.
Segundo Phaahla, a variante Ómicron “é provavelmente a variante que está a impulsionar o aumento de casos na província de Gauteng nas últimas três semanas”.
Todavia, sobre a gravidade da nova variante, o ministro sublinhou que os internados no hospital durante a quarta vaga de covid-19 tiveram sintomas “menos graves” da doença e um período de hospitalização “mais curto” comparativamente à infeção causada pelas variantes anteriores.
Ainda assim, frisou que “é muito cedo para se concluir que a variante Ómicron é menos grave do que as outras”, salientando que os cientistas sul-africanos estão a estudar o grau de transmissibilidade e a capacidade evasiva à imunidade humana da nova variante.
“As crianças geralmente testam positivo sem sintomas respiratórios”, afirmou Phaahla, acrescentando que “os dados preliminares sugerem que poderá haver o risco de reinfeção” com esta variante.
“Aqueles que já tiveram covid-19 poderão facilmente ser novamente infetados com esta variante”, acrescentou.
Sobre a eficácia das atuais vacinas contra a nova variante, Joe Phaahla admitiu que “as atuais vacinas têm-se mostrado eficazes, mesmo com a propagação desta vaga, porque o número significativo de pessoas que foram internadas no hospital são aquelas que não foram vacinadas”.
“De momento, as vacinas ainda mostram ser realmente muito fortes na proteção contra doenças graves, como aconteceu com as variantes anteriores. Os números do hospital mostram que, de facto, aqueles que são vacinados estão muito mais protegidos, mesmo contra esta variante”, declarou.
O ministro sublinhou que os testes PCR e de antigénio “têm sido muito eficazes” na identificação da nova variante Ómicron.
“Os atuais tratamentos à covid-19 continuam a ser muito relevantes, como os antivirais, a terapia com oxigénio, entre outros, que têm sido usados nos últimos 20 meses, continuam a ser muito eficazes”, considerou.
Nas últimas 24 horas, a África do Sul testou 75.251 pessoas à covid-19, com 22.391 novos casos de infeção identificados, o que representa uma taxa de positividade de 29,8%, segundo o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NICD).
As autoridades da saúde sul-africanas, que já testaram cerca de 20 milhões de pessoas desde o início da pandemia, introduzida no país a partir de Itália, registaram ainda mais 22 óbitos associados à covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total de mortes para 90.060 óbitos.
De acordo com o NICD, a África do Sul, com cerca de 60,14 milhões de habitantes, regista 133.063 casos ativos de covid-19 e um total de 3.093.452 infeções até à data, sendo que 2.870.329 recuperaram da doença. Um total de 4.795 pessoas encontram-se hospitalizadas em resultado da infeção.
O Governo sul-africano administrou 127.315 doses da vacina contra a covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 26.917.603 o número de total de doses administradas no país, com a Johnson & Johnson e Pfizer, segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com os dados oficias, 43,57% da população adulta encontra-se vacinada na África do Sul até à data.