Um surto de covid-19 na província oriental de Zhejiang, uma das potências económicas da China, levou ao encerramento de fábricas, medida que poderá perturbar as cadeias de abastecimento globais.
A província costeira de 64,6 milhões de habitantes está localizada imediatamente a sul de Xangai. Altamente industrializada e orientada para a exportação, é a quarta maior economia do país, representando mais de 6% do produto interno bruto (PIB) chinês.
Zhejiang contou mais de 200 casos na última semana, incluindo 44 dos 51 anunciados hoje para todo o país e detetados nas últimas 24 horas.
Em toda a província, mais de 50 mil pessoas estão a cumprir quarentena em centros fechados e mais de 20 mil outras estão em confinamento domiciliária. Mais de 465 mil estão sob supervisão médica.
As autoridades locais impuseram o encerramento de muitas instalações industriais, na sequência de vários casos da doença detetados na semana passada.
As perturbações já provocaram uma queda nos preços mundiais do petróleo na segunda-feira, uma vez que o mercado se preocupa com um abrandamento na segunda maior economia do mundo.
O distrito de Zhenhai na cidade portuária de Ningbo encerrou todas as empresas, exceto as vitais para a vida quotidiana e para a luta contra a epidemia.
As instalações petroquímicas podem continuar a funcionar, mas com uma produção reduzida.
Na cidade vizinha de Shaoxing, o distrito de Shangyu ordenou o encerramento de todas as empresas na quinta-feira.
Em Hangzhou, a capital provincial, onde centenas de voos de e para o aeroporto local foram cancelados, várias empresas cotadas em bolsa anunciaram que estavam a suspender a produção em declarações à Bolsa de Valores de Xangai.
"O encerramento de fábricas em Zhejiang irá afectar as cadeias de abastecimento de vários setores, incluindo fibras e têxteis", disse um economista da ANZ Research Zhaopeng Xing, à agência de notícias France-Presse.
O recente surto poderá demorar 40 dias a ser resolvido, o que significa que a produção só será retomada após o Ano Novo Lunar, que este ano se celebra na China em 01 de fevereiro, acrescentou.
A China, onde o covid-19 foi detetado pela primeira vez há dois anos, conseguiu travar, em grande parte, o contágio até à primavera de 2020, utilizando medidas radicais de contenção. No entanto, surtos esporádicos ocorrem regularmente.
A covid-19 provocou pelo menos 5.304.397 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.673 pessoas e foram contabilizados 1.196.602 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.