Declarações de Luís Pinto após o jogo Leça-Paredes (1-1 após prolongamento, 6-5 no desempate por grandes penalidades), dos oitavos de final da Taça de Portugal de futebol, disputado em Leça da Palmeira.
"Além de vir de cinco vitórias consecutivas, o Paredes tem uma Série B muito competitiva no Campeonato de Portugal, à semelhança da Série C [na qual está o Leça]. Já conhecíamos bem esta equipa e sabíamos que ia defender com muita gente dentro da área e na última linha defensiva. Isso iria causar-nos dificuldades.
Depois de termos feito o golo inaugural, o adversário começou a criar mais espaço e os extremos a pressionar mais um bocadinho. Isso até estava a ser bom para nós, porque íamos conseguindo ter alguma qualidade e critério a entrar no bloco deles.
Só que, quando fazem o empate, voltam àquele registo em que são mesmo muito competentes: defender em bloco baixo e apostar nas transições rápidas. Queríamos resolver o jogo nos 90 minutos, mas não conseguimos e tentámos resolver nos 120.
Na segunda parte do prolongamento, o Paredes acaba por ser mais pressionante e o Leça não esteve tanto no meio-campo defensivo deles. Depois, fomos felizes nos penáltis. O [guarda-redes] Gustavo Galil voltou a ser herói, desta vez a defender e a marcar.
Acho que [a passagem aos quartos de final] é muito merecida para esta gente. Da parte do Paredes, por tudo aquilo que faz, também era merecido, mas o futebol é assim. Só pode passar uma equipa e obviamente ficamos muito satisfeitos por ter sido a nossa.
O jogo foi muito bom para demonstrar a muita qualidade existente no Campeonato de Portugal. Foi bastante entretido, desde logo ao nível do resultado, e deu para manter as pessoas expectantes. Se isso conseguir fazer com que haja mais gente a vir ao estádio, tal como estava hoje, numa quarta-feira, às 14:00, e em dia de trabalho, é fantástico.
Orgulho. Esta equipa transcende-se a cada dia. Não é vender a história do coitadinho, mas é a realidade. Começámos a época num impasse quanto ao que seria o nosso dia-a-dia e capacidade financeira. O Leça não sabia se podia iniciar ou não [a temporada].
Neste momento, estamos a fazer um trajeto fantástico. Os atletas são os obreiros disto tudo, para além de equipa técnica e diretores. Os princípios e valores deles fazem com que nos consigamos transcender dia após dia, treino após treino e jogo após jogo.
(Gustavo Galil a marcar a última grande penalidade) Senti-me confiante, porque nunca bate penáltis e esta semana bateu precisamente para aquele lado. Chegou a uma altura em que já não havia ninguém definido e iria o Aboubacar Katty. Até estava a dizer para deixarem ir o Gustavo que isto acabava. Senti-o mesmo confiante. É um jogador que confia muito nas suas capacidades. Quando vi que ele ia bater, fiquei muito confiante.
O nosso orgulho pode ser espelhado pelo facto de, face a todas as competições que entram na Taça de Portugal, ainda só não defrontámos equipas de II Liga. O facto de termos avançado até aqui com este percurso tão bonito deixa-nos muito orgulhosos. Quanto ao futuro, agora queremos passar as meias-finais. É aquilo que posso dizer".