Alguns egípcios estão a falsificar o certificado de vacinação “por medo” de receberem a vacina contra a covid-19, o que pode resultar num aumento de infeções naquele país, denunciou na quinta-feira o Governo do Egito.
“Por medo, há pessoas que recorrem à falsificação e querem ser vacinadas em centros onde o certificado pode ser obtido em troca de dinheiro”, referiu o primeiro-ministro egípcio, Mustafa Madbuli.
O chefe do Executivo, que falava no final da primeira reunião do Conselho de Ministros realizada na nova capital administrativa do Egito, lamentou que existam pessoas que não querem ser vacinadas, apesar de “todos os governantes e figuras do Estado” já terem recebido a vacina para demonstrar à população que esta é segura.
Mustafa Madbuli pretende “aumentar a consciência pública” para quebrar a tendência de recorrer a certificados falsos, principalmente numa fase em que “um grande número de pessoas já foi vacinada no país”.
O primeiro-ministro do Egito realçou que inicialmente houve “um desafio” para obter a vacina, mas que atualmente 53 milhões de egípcios já receberam pelo menos uma dose e que há ainda 60 milhões de vacinas disponíveis.
“A vacina está disponível e o Governo fez um grande esforço para disponibilizá-la”, atirou.
O Egito tem atualmente disponíveis vacinas da Sinovac, Sinopharm, AstraZeneca, Sputnik V, Johnson & Johnson, Pfizer e Moderna.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, aquele país de 100 milhões de habitantes tem registado entre dois e seis mil casos diários de covid-19, enfrentando uma nova vaga.
Entre outras medidas para conter a pandemia, as autoridades egípcias exigem desde dezembro que todos os cidadãos sejam vacinados ou apresentem um teste PCR negativo para o acesso a instituições governamentais, apesar de apenas uma em cada quatro pessoas ter recebido pelo menos uma dose.
A covid-19 provocou mais de 5,37 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.