O Sporting vai apresentar uma queixa-crime contra Sérgio Conceição, Vítor Baía e Rui Cerqueira, por «agressões verbais e tentativas de agressão física» ao presidente do clube lisboeta, Frederico Varandas, informou hoje o campeão português de futebol, em comunicado.
O clube de Alvalade anunciou que “irá também fazer participação disciplinar, com vista à interdição do Estádio do Dragão, conforme previsto nos regulamentos, em virtude das agressões a jogadores do Sporting por elementos estranhos ao recinto de jogo, e que estão documentadas em imagens”, após o fim do ‘clássico’ de sexta-feira (2-2), da 22.ª jornada da I Liga.
“O Sporting Clube de Portugal informa que o presidente Frederico Varandas foi ontem [sexta-feira] alvo de agressões verbais e tentativas de agressão física por parte de Vítor Baía, vice-presidente e administrador da SAD do FC Porto, Sérgio Conceição, treinador da equipa, e Rui Cerqueira, diretor de imprensa do clube” portuense, indicaram os ‘leões’.
O clube lisboeta precisou que “os três elementos, rodeados de vários seguranças, efetuaram uma espera a Frederico Varandas”, quando este se deslocava para o autocarro da equipa, e que “Rui Cerqueira abalroou de forma violenta o presidente do Sporting, retirando-lhe da mão a carteira com telemóvel, cartões pessoais de identificação e cartões de crédito, e colocando-se de imediato em fuga”.
“Apesar da presença da polícia no local, o aparelho e os documentos não foram encontrados”, assinalou o Sporting, advertindo que “avançará com todos os esforços necessários para que os intérpretes destes atos sejam banidos dos recintos desportivos”.
O clube ‘leonino’ revelou ainda que adeptos sportinguistas foram impedidos de entrar Estádio do Dragão e que outros, dentro do recinto do FC Porto, foram vítimas de tentativas de agressão, no que considerou “um rol de episódios lamentáveis que em nada dignificam aquilo que é o futebol, em particular, e o desporto, no geral”.
“O que se passou ontem [sexta-feira], dentro e fora do relvado, é demasiado grave para não ter consequências”, sustentou o Sporting, denunciando que “o que se passa no futebol há 40 anos é responsabilidade da fraqueza das instituições, desportivas e fora delas, e das suas lideranças, que têm o dever de proteger o desporto e os cidadãos”.
No fim do encontro, que permitiu ao líder FC Porto manter seis pontos de vantagem sobre o Sporting, segundo classificado, Frederico Varandas acusou elementos da organização do jogo de terem agredido jogadores da sua equipa.
“No final do jogo, vimos elementos da organização do evento, com coletes azuis, invadir o campo e agredir os jogadores do Sporting. Está filmado. Isto é o pior do desporto em Portugal e ninguém tem coragem de dizer que isto não é normal”, disse o dirigente, na sala de imprensa do recinto portista, no final da partida, numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas.
O líder do emblema lisboeta considerou que “este jogo reflete o que foram os últimos 40 anos do futebol português com Pinto da Costa”, presidente do FC Porto, dizendo ter visto no camarote do estádio “presidentes de câmara e ilustres políticos, todos a assobiarem para o lado, perante um espetáculo horrível e decadente”.
O ‘clássico’ terminou com desacatos entre jogadores e elementos das duas equipas, com o árbitro João Pinheiro a mostrar vários cartões vermelhos, já após o apito final: aos 'dragões' Marchesín e Pepe e os 'leões' Tabata e Palhinha, além de alguns elementos das estruturas.
Já com elementos das estruturas de ambas as equipas em campo, os jogadores dos dois conjuntos acabaram por ser separados, com o Sporting a ir para o balneário e o FC Porto a ficar mais uns instantes no relvado.
Paulinho (oito minutos) e Nuno Santos (34) colocaram o Sporting a vencer por 2-0, com Fábio Vieira (38) e Mehdi Taremi (78) empataram para o FC Porto, que jogou em vantagem numérica desde os 49 minutos, por expulsão de Coates.