O Benfica conquistou hoje uma ‘preciosa’ e justa igualdade frente aos neerlandeses do Ajax, por 2-2, na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, deixando tudo em aberto para a segunda partida.
O sérvio Dusan Tadic, aos 18 minutos, e o costa-marfinense Haller, aos 29, colocaram a turma de Erik Ten Hag a vencer por duas vezes, mas um autogolo do africano, aos 25, e um golo do ucraniano Yaremchuk, aos 72, ‘quebrou’ o registo 100% vitorioso do Ajax na ‘prova milionária’, após uma fase de grupos imaculada, com 18 pontos arrecadados.
A segunda mão da eliminatória disputa-se em 15 de março, na Johan Cruyff Arena, em Amesterdão, capital dos Países Baixos, onde a equipa de Nélson Veríssimo procurará a redenção de uma época que, fora o contexto internacional, tem sido para ‘esquecer’.
Gilberto foi aposta de Nélson Veríssimo no lado direito da defesa, em vez de Lázaro, mantendo o ‘4-4-2’ como esquema para defrontar o poderio ofensivo do Ajax, que introduziu apenas o jovem médio Gravenberch no ‘onze’ inicial, no lugar de Klaassen.
Duas históricas formações europeias chegaram a este reencontro em momentos de forma que não podiam ser mais díspares. O Ajax tem-se mostrado imparável a nível interno e continental, enquanto o Benfica atravessa um período bastante conturbado.
No entanto, essa diferença não se verificou, bem pelo contrário, dentro de campo, com um Benfica motivado em dar uma boa resposta perante ‘casa cheia’ na Luz, e os primeiros minutos mostraram dois conjuntos à procura constante da baliza contrária.
Uma saída a jogar errónea do Benfica permitiu, contudo, que o Ajax chegasse cedo à vantagem, com Mazraoui a ‘roubar’ a bola a Grimaldo e, combinando com Antony, a cruzar para o segundo poste, onde apareceu Dusan Tadic a finalizar, completamente solto de marcação, aos 18 minutos de jogo, mas o Benfica respondeu bem ao tento.
Rafa esteve muito ‘tapado’ nos instantes iniciais, mas, quando finalmente passou por Lisandro Martínez, criou o primeiro lance de perigo e que viria a originar a igualdade: aos 25, o extremo atirou entre o poste e Pasveer, que desviou com o braço para canto.
Na sequência da bola parada, Vertonghen, com um fantástico trabalho individual que fez ‘deitar’ Mazraoui, cruzou para o ‘mar’ de pernas na grande área, provocando um desvio infeliz de Haller para dentro da baliza, fazendo ‘explodir’ o recinto ‘encarnado’.
O goleador costa-marfinense iria redimir-se apenas quatro minutos depois, ao repor a vantagem neerlandesa na partida, agora na baliza certa: o primeiro remate ainda foi travado por Vlachodimos, mas, na recarga, o ‘artilheiro’ do torneio não desperdiçou.
O ritmo alucinante acabaria por ser interrompido por alguns minutos, à passagem da meia hora, quando um choque de cabeças entre Otamendi e Lisandro Martínez levou à assistência médica, que, no caso do central do Ajax, se viria a repetir uma segunda vez.
Antes do descanso, o Ajax esteve perto de ampliar o marcador em diversas ocasiões, a mais flagrante das quais num disparo cruzado de Edson Álvarez ao poste, com Haller, na recarga, a desperdiçar de forma inacreditável, mantendo-se a vantagem tangencial.
Na segunda parte, contrariamente ao que seria o mais expectável, mesmo a perder, o Benfica foi a melhor equipa em campo e fez por justificar mais golos, mas Everton (55), num remate desviado, Darwin (61), ao lado, e Gonçalo Ramos (68), por cima, deixaram o público em desespero, mas a criarem um ambiente como há muito tempo não se via.
Pouco antes do seu remate, Gonçalo Ramos caiu dentro da grande área, num lance que deixou muitas dúvidas, mas que o árbitro esloveno Slavko Vincic e o videoárbitro mandaram seguir, com o Benfica a apostar na velocidade de Rafa para criar ‘calafrios’.
Essa tática resultou na perfeição, após algumas tentativas. Aos 70, o ‘supersónico’ Rafa conduziu uma transição atacante veloz e entregou ao recém-entrado Yaremchuk, para o lugar de Everton, mas o ucraniano não conseguiu dar o melhor seguimento à jogada.
Mas o golo do empate acabaria mesmo por surgir, de forma justíssima, apenas dois minutos depois. O internacional português voltou a ganhar em corrida e entregou no meio a Gonçalo Ramos, a atirar potente em zona frontal e com espaço, com Pasveer a defender para o ar e Yaremchuk a aproveitar para cabecear, para o fundo da baliza.
Com o empate conquistado e, de certa forma, a satisfazer as duas equipas, face às incidências da partida, o encontro prosseguiu com tentativas tímidas de desfazer o resultado, mas a eliminatória apenas se decidirá na segunda mão, em Amesterdão.