O futebolista português Nélson Monte, que desde quinta-feira tentava sair da Ucrânia, já conseguiu chegar à Roménia, e ainda hoje vai regressar a Portugal, confirmou à Lusa Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores.
O defesa central, que representava a equipa do Dnipro, atravessou de carro, nos últimos dias, quase todo o país, tendo chegado à fronteira com Roménia esta madrugada, onde se encontra juntamente com alguns companheiros de equipa que acompanharam nos percurso.
Nélson Monte, jogador natural de Vila do Conde, de 26 anos, vai seguir agora para cidade romena de Iasi, de onde apanhará um voo para Viena, na Áustria, para ainda esta noite regressar a Lisboa, numa viagem que foi marcada pelos responsáveis do Sindicado.
O jogador tinha sido esta época contratado pela equipa do Dnipro, do principal escalão do futebol ucraniano, e nas últimas semanas esteve com o grupo a realizar um estágio na Turquia, tendo regressado à Ucrânia na quarta-feira.
Precisamente na madrugada do dia seguinte, o defesa central português foi surpreendido pelos bombardeamentos na cidade, tendo, de imediato, se colocado em fuga até chegar hoje à Roménia, onde está finalmente em segurança.
Com Nélson Monte vieram também alguns jogadores companheiros de equipa, entre os quais os brasileiros Felipe Pires, Bill e Busanelo, e o espanhol Marc Gual, assim como treinador principal, o croata Igor Jovicevic.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.