O treinador alemão Marcus Gisdol demitiu-se hoje do Lokomotiv Moscovo, da liga russa de futebol, cargo que ocupava há quatro meses, em protesto contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O clube russo, que é propriedade da empresa de caminhos de ferro do país, colocada sob sanções dos Estados Unidos na sequência da Guerra na Ucrânia, limitou-se a informar que Gisdol tinha sido afastado do cargo, mas este, em declarações ao jornal alemão Bild, afirmou que a decisão de se afastar partiu de si e que se tratava de um gesto de protesto por estar a trabalhar num país cujo chefe de Estado “é responsável por uma guerra de agressão” no meio da Europa.
“Não concebo estar a treinar os meus jogadores, em Moscovo, exigindo-lhes profissionalismo, e a alguns quilómetros de distância estarem a ser dadas ordens que implicam enorme sofrimento a todo um povo”, explicou o treinador alemão, que tinha sido contratado em outubro do ano passado, justamente pelo diretor desportivo Ralf Rangnick, seu compatriota, e atual treinador do Manchester United, no qual alinham os internacionais lusos Bruno Fernandes e Cristiano Ronaldo.
Entretanto, o ex-avançado ucraniano do Liverpool Andriy Voronin deixou o cargo de técnico adjunto do Dínamo de Moscovo e o guarda-redes ucraniano Yaroslav Hodzyur decidiu sair de outra equipa russa, o Ural Yekaterinburg.