Pavel Sivakov, um dos dois ciclistas russos do WorldTour, adotou a nacionalidade francesa, anunciou a sua equipa, a INEOS, dando conta que a alteração foi autorizada pela União Ciclista Internacional (UCI) na quarta-feira.
“Na quarta-feira, a UCI autorizou oficialmente a mudança de nacionalidade de russo para francês de Pavel Sivakov. As duas federações velocipédicas foram notificadas, pelo que Pavel pode correr sob a bandeira francesa nos eventos nacionais, mundiais e olímpicos”, lê-se na nota publicada no sítio da formação britânica na Internet.
Sivakov, de 24 anos, tinha condenado na semana passada a invasão da Ucrânia pela Rússia, e hoje explicou, citado no comunicado, a opção de mudar de nacionalidade.
“Nasci na Itália e mudei-me para França quando tinha um ano. A França é onde cresci e fui educado e onde me apaixonei pelo ciclismo. Sinto-a como minha casa. Queria tornar-me um cidadão francês desde há algum tempo e fiz o pedido à UCI, mas, dado o que está a acontecer na Ucrânia neste momento, queria acelerar o processo”, detalhou.
O ciclista prossegue agradecendo ao organismo que tutela o ciclismo mundial e à sua equipa por terem-no apoiado no processo, confessando-se “incrivelmente feliz” por poder representar a seleção francesa nos eventos internacionais.
“Como disse anteriormente, sou totalmente contra esta guerra e os meus pensamentos estão com o povo ucraniano. Como a maioria das pessoas no mundo, neste momento, desejo a paz e um final rápido para o sofrimento na Ucrânia”, reiterou.
Vencedor da Volta à Polónia de 2019, ano em que foi nono na geral final da Volta a Itália, Sivakov era um dos dois russos a correr no WorldTour, tendo deixado agora Aleksandr Vlasov (BORA-hansgrohe), que na quinta-feira condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, como único representante daquele país na primeira divisão do ciclismo mundial.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, na Hungria, na Moldova e na Roménia, entre outros países.
O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.