O Sporting assegurou o financiamento de 38,5 milhões de euros (ME), voltando a antecipar receitas decorrentes dos direitos televisivos, publicidade e patrocínio, informou hoje a SAD ‘leonina’, no dia em que recomprou Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC).
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sporting SAD revelou a alteração à titularização de créditos negociada em 20 de março de 2019, então no valor de 65 ME.
Na altura, este montante decorria da “cessão dos créditos decorrentes do contrato de cessão de direitos de transmissão televisiva e multimédia, de exploração da publicidade estática e virtual do Estádio José Alvalade, de distribuição do canal Sporting TV e direitos de patrocinador principal, celebrado em 28 de dezembro de 2015, entre a Sporting SAD, a Sporting Comunicação e Plataformas, S.A. e a NOS Lusomundo Audiovisuais, S.A".
Hoje, a alteração a esta operação visou a emissão da Sagasta de obrigações de titularização adicionais, no valor de 38,5 ME, como “acréscimo do preço de compra e venda de créditos relacionados com os direitos de transmissão televisiva e multimédia e com os direitos de distribuição do canal Sporting TV, destinada a substituir passivos, financeiros e não-financeiros”.
De acordo com a sociedade ‘verde e branca’, “os créditos cedidos nesta operação servirão para colateralizar a emissão de obrigações titularizadas até ao reembolso integral das mesmas”.
Poucos minutos antes de ter comunicado esta operação, a SAD do Sporting deu conta, também em comunicado à CMVM, da recompra dos VMOC detidos pelo BCP, podendo aumentar a participação na SAD ‘leonina’ para 83,9%.
“O Sporting Clube de Portugal informa que garantiu a maioria do capital da SAD através de uma operação concluída hoje, em que antecipou e assegurou a compra dos VMOC detidos pelo BCP, com valor nominal de 83,417 milhões de euros que venciam em dezembro de 2026”, lê-se no comunicado dos ‘leões’.
Um dia antes das eleições para os órgãos sociais do clube, nas quais são candidatos o presidente Frederico Varandas (lista A) e os gestores Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C), o emblema ‘leonino’ revela a possibilidade de converter “os VMOC por si detidos e assim aumentar a participação na Sporting SAD para 83,90% do capital social”.
O exercício do direito de opção de vencimento antecipado dos VMOC pelo clube fundador da sociedade faz com que estes sejam convertidos em ações de categoria A.
Assim, e de acordo com o mesmo comunicado enviado à CMVM, o clube passa a deter 126.321.668 milhões de ações da SAD, “representativas de uma participação de 83,9% do capital social e dos direitos de voto na sociedade, dos quais, de forma direta, serão imputados os direitos de voto de 101.359.378 ações da Sporting SAD, representativas de uma participação de 67,32%.
De forma indireta, por via do controlo conjunto com a Sporting SGPS, o clube detém ainda os direitos de voto de 24.962.290 ações da Sporting SAD, representativas de uma participação de 16,58%.
Em 31 de dezembro de 2021, o Sporting detinha diretamente na SAD direito de voto de 26,656%, face à posse de 17.859.437 ações de categoria A.