A PSP clarificou hoje que “via com bons olhos” que os adeptos do Benfica ocupassem 30 por cento da lotação de Alvalade no encontro de terça feira com o Sporting, da meia final da Taça de Portugal em futebol.
O subintendente Costa Ramos confirmou que ''foi contactado'' no sentido de se pronunciar sobre a ''cedência de 30 por cento da lotação ao Benfica'', e a hipótese foi acolhida com agrado: ''Eu respondi que, para nós, PSP, até seria melhor!''
''Nesse caso, todo o topo norte ficaria para os adeptos do Benfica, o que permitiria deslocar das bancadas A-13, A-17 e A-23 as claques Brigada, Directivo Ultras-XXI e Torcida Verde para a bancada oposta, para junto da Juventude Leonina”, explicou Costa Ramos, na conferência de imprensa sobre o dispositivo de segurança do jogo.
Na reação à posição oficial do Benfica veiculada pela Agência Lusa, acusando o presidente José Eduardo Bettencourt de ter ''faltado à palavra'', o Sporting fez saber que consultara ''as autoridades sobre a segurança do evento e que a hipótese de ceder os 30 por cento da lotação ao clube rival tinha ficado desde logo vedada''.
Confrontado com o facto de a posição do clube de Alvalade não coincidir com a da PSP, Costa Ramos alvitrou uma explicação, apesar de ter confessado ''não querer envolver-se em guerras entre os dois clubes''.
''Se calhar, o presidente teria alguma dificuldade em responder perante as claques do Sporting sobre essa situação'', referiu.
O responsável pela segurança do Sporting-Benfica disse ainda que no cenário hipotético do clube da Luz ter direito a metade da lotação: ''Não seria problema algum, pelo contrário, os adeptos do Benfica seriam todos colocados no topo norte. Haveria mais segurança do que haverá neste jogo''.
Questionado sobre se a polémica que estalou entre os presidentes e do Sporting a propósito dos bilhetes poder influenciar o comportamento dos adeptos dos dois clubes antes e após o jogo, Costa Ramos observou: ''Espero que não tenha qualquer influência negativa, embora possa acirrar os ânimos dos adeptos, que procuração defender a posição assumida por cada um dos seus presidentes''.
Este clima de crispação que se criou antes do jogo vai levar a PSP a reforçar a segurança: ''O esquema, globalmente, não vai ser alterado, mas sim reforçado, por essa razão e porque nos cabe, também, o acompanhamento dos adeptos no exterior e no interior do estádio. Se o Benfica levar 6000 adeptos em vez de 2000 teremos de os monitorizar de forma dissimulada'', explicou Costa Ramos.
Este não quis, no entanto, revelar o número de efetivos das forças policiais que estarão em serviço no ''derby'', limitando-se a dizer que ''serão os necessários'' e que ''não andarão longe do que tem sido utilizado em 'derbies' recentes''.
A PSP defende, segundo o subintendente, uma filosofia de policiamento desportivo que tem a ver com a ocupação dos espaços no interior do estádio, com base na qual ''os adeptos do mesmo clube devem ser colocados sempre em faixas do ponto mais alto da bancada ao ponto mais baixo''.
''Colocar adeptos do Benfica na bancada B, por cima dos adeptos do Sporting, seria um fator de instabilidade e insegurança'', exemplifica Costa Ramos, razão pela qual as claques do Benfica vão ficar todas nos setores A-7 e A-9 e B-7 e B-9, ocupando a tal ''fatia de alto a baixo''.
A PSP foi informada de que o Sporting cedeu ao Benfica 6120 bilhetes e aponta para um cálculo de uma lotação entre 30 000 e 35 000 espetadores.
''Esse cálculo baseia-se na recolha de informação junto do Sporting sobre o ritmo de venda de bilhetes e tem em conta os cerca de 6000 que foram cedidos ao Benfica'', rematou Costa Ramos.