Crónica: Boavista ‘embala’ na manutenção com vitória tangencial ante Arouca

No Estádio do Bessa, no Porto, o tento do ala curaçauense, aos 12 minutos, quebrou um ‘jejum’ de seis jogos sem vencer em casa das ‘panteras’, que subiram à condição ao 10.º lugar, com 33 pontos, 10 sobre a zona de descida direta, a cinco rondas do fim da prova.

Ressentindo-se da exibição apagada de André Silva, que havia ‘bisado’ nas últimas duas jornadas, o Arouca voltou a perder três jogos depois e continua na 15.ª posição, a última de ‘salvação’ direta, com 26, podendo ainda ser superado pelo Tondela, 16.º, com 25.

À procura da primeira vitória caseira em 2022, a equipa de Petit beneficiou dos regressos de Reggie Cannon e Jackson Porozo à defesa, num ‘onze’ que esteve privado do influente Gustavo Sauer, e ameaçou ao sétimo minuto, com um ‘disparo’ alto de Sebastián Pérez.

Esse maior impulso atacante do Boavista no arranque do jogo seria recompensado cinco minutos depois, quando Petar Musa lançou em profundidade Kenji Gorré, que, descaído na esquerda, conduziu até à área e passou por João Basso até desfeitear Victor Braga.

Os pupilos de Armando Evangelista, que espelharam o ‘3-4-3’ ‘axadrezado’, levando em conta as ausências de David Simão e Bukia, acusaram a ansiedade inerente às jornadas finais da luta pela permanência e mostraram-se presos de movimentos até ao intervalo.

Mateus Quaresma, aos 41 minutos, e André Silva, no lance seguinte, ainda recorreram a pontapés de longe para visar a baliza de Rafael Bracali, numa fase em que os anfitriões buscavam folgar a vantagem em incursões de Musa, aos 18, e Pérez, aos 34.

Sob o signo de maior equilíbrio se desenrolou a segunda etapa, já que o desacerto do Boavista nas saídas para contra-ataque, que Petar Musa quase destoou aos 66 minutos, ao atirar para defesa de Victor Braga, deu esperança ao Arouca para crescer em campo.

Um cabeceamento sem direção de Arsénio, aos 61 minutos, traduziu a reação tímida do conjunto de Armando Evangelista, que até prescindiu do trio de defesas centrais para alargar a linha ofensiva nos últimos 20 minutos, mas esteve mais perto de sofrer o 2-0.

Já com Gaius Makouta de volta à competição para ajudar a segurar o meio-campo dos ‘’axadrezados’, o recém-entrado Yusupha chutou contra os pés de Victor Braga, aos 79 minutos, tendo o inconformado Musa alvejado as malhas laterais antes dos ‘descontos’.

O Arouca ficou-se por um ‘tiro’ de Oday Dabbagh à figura de Bracali, insuficiente para desmontar a coesão da equipa de Petit, que, com algum nervosismo à mistura, logrou a sexta vitória na I Liga, e terceira na segunda volta, para gáudio de 10.128 espetadores.