Declarações de Nélson Veríssimo, treinador do Benfica, após a vitória frente ao Sporting (2-0), da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.
“Foi uma bela prenda de aniversário. Dou os parabéns ao grupo de trabalho pela vitória, perante um adversário muito difícil e que tem uma ideia de jogo muito vincada. Em relação aos outros jogos com o Sporting fizemos alguns ajustes na largura e profundidade. Sabíamos que podíamos explorar as transições ofensivas. O jogo esteve controlado. Sporting teve uma ou duas situações de golo, uma delas na barra. No cômputo geral, fizemos um jogo muito consistente e conseguimos superar as dificuldades que o Sporting nos podia colocar.
A partir do momento em que Slimani entrou, sabíamos que o jogo ia ser mais vertical. Daí termos colocado Gil Dias para o lugar de Everton. A entrada de André Almeida, que podia jogar como terceiro central, permitiu jogar melhor em largura.
Os resultados ditam tudo. Acima de tudo, a equipa percebeu que jogando com equipas com o grau de dificuldade do Ajax, do Liverpool e do Sporting, temos de defender mais. Assumimos isso sem problema nenhum. Temos de perceber as características dos jogadores.
No passado, quando estive na equipa A, o Carlos Vinicius e o Seferovic foram dos melhores marcadores do campeonato, a própria equipa sustenta o crescimento dos jogadores. Num mercado como o nosso, é natural os passes dos jogadores serem vendidos. É natural que isso possa acontecer com o Darwin. O clube tem de encontrar soluções para essas saídas.
Sabemos que o objetivo do clube era a conquista da I Liga, não o conseguimos. Agora o objetivo passa pelo segundo lugar. Temos quatro jogos e temos de lutar pelas quatro vitórias e fazer 12 pontos. No final logo se vê.
Temos de ter consciência dos erros que temos cometido. A bola parada tem sido um deles. Também há que dar mérito ao adversário. Reconhecemos que é um dos momentos que temos de melhorar.
Gonçalo Ramos é um jogador muito completo. Para além da qualidade, tem uma disponibilidade física muito forte. Isso dá-lhe algum desgaste porque lhe pedimos para fazer outras posições, a explorar mais o espaço entre linhas. Muitas vezes, sacrifica-se pela equipa. Para além disso, tem a capacidade de fazer golos.
O primeiro jogo que fiz na equipa principal foi no Dragão, que perdemos, depois defrontámos o Sporting na Taça da Liga e também perdemos. Encarámos esses momentos como momentos de aprendizagem. Acima de tudo, enquanto treinadores, temos de conhecer a capacidade dos nossos jogadores. Às vezes resulta, outras não. Hoje resultou.
Quero aproveitar para dar um abraço ao Sandro Cruz, jogador da equipa B do Benfica. Hoje foi vítima de insultos racistas [na derrota com o Rio Ave, por 2-1, em Vila do Conde]. É lamentável que estas situações ainda aconteçam. Ainda há pouco tempo a Liga promoveu uma jornada contra o racismo. Um abraço ao Sandro e a todos os jogadores vítimas de racismo”.