A Itália sempre foi um celeiro de craques. No que tange àquela região do campo onde nascem as jogadas de ataque, e na qual principiam os desarmes, vários gênios surgiram.
Não importa a época, tão pouco os mais variados tipos de apostas, os melhores meio campistas italianos já nascidos são estes, a seguir, sem ranqueá-los.
Quem vê o técnico Carlo Ancelotti, à beira do gramado, sempre muito sério, não imagina o craque que ele foi. Jogando um pouco mais recuado e mostrando tanto vigor nos desarmes, como boa visão de jogo, terminando em passes sempre precisos, Ancelotti foi fundamental na conquista de vários títulos da Roma e do Milan nos anos 1980. Pela Roma, conquistou um campeonato italiano e outras quatro Copas da Itália. Pelos rubro-negros de Milão, foram 10 conquistas, sendo duas da Série A e outras duas da Liga dos Campeões.
Giancarlo Antognoni foi o jogador que mais vezes envergou a camisa da Fiorentina; foram mais de quatrocentos jogos, sendo até hoje o recordista de jogos na Série A pela Viola, com trezentos e quarenta e um combates. Meio campista de estilo refinado com a bola no pé, também demonstrava muita garra na marcação. Antognoni ficou marcado pelo título da Copa do Mundo de 1982, apesar de ter se lesionado na semifinal. Embora toda a idolatria na Fiorentina, o craque conquistou apenas uma Copa da Itália, em 1975, e uma Copa Anglo-italiana, também em 1975.
Não são poucos os brasileiros que só lembram daquele pênalti batido para a lua, mas o fato é que Roberto Baggio foi o melhor jogador italiano na década de 1990. Vencedor da Bola de Ouro do prêmio de Melhor do Mundo da Fifa em 1993, Baggio poderia facilmente ter sido premiado novamente, caso a Itália levasse a Copa de 1994. Baggio possuía uma habilidade assombrosa com a bola nos pés, além de uma visão de jogo extraordinária que, combinadas, se transformavam naquilo que chamamos de “magia do futebol”. Venceu dois campeonatos italianos, em 1995 e 1996.
Fabio Capello é outro da linhagem de bons meio campistas que viraram ótimos treinadores. Um volante técnico, inteligente e consistente, jogou trinta e duas partidas pela seleção italiana, passou pela Roma, Milan e Juventus, conquistando títulos nos três clubes, porém, foi jogando pela equipe de Turim que mais títulos conquistou, três campeonatos italianos entre 1971 e 1975.
Só o fato de jogar no lendário Milan de Arrigo Sacchi dos anos 1980, já vale por si só a vaga nesta lista, mas Roberto Donadoni foi um craque tanto coletivamente quanto individualmente. Um habilidoso meia-atacante, Donadoni era um verdadeiro motor jogando pelos lados e bastante incisivo quando centralizado. Pelo Milan ganhou tudo o que se possa imaginar. Entre tantas conquistas, destaque para seis campeonatos Italianos e outras três Ligas dos Campeões.
A elegância que hoje é demonstrada à beira do campo, já era seu cartão de visitas quando imortalizou a camisa 10 da Sampdoria; Roberto Mancini, um requinte como jogador. Uma enorme categoria sem precedentes na batida e na condução da bola. Eleito melhor jogador da Série A em 1997, não tinha um entorno tão à altura na Sampdoria, mas pode fazer a diferença em quatro Copas da Itália. Pela Lazio, conquistou outros seis títulos, entre eles um scudetto e outras duas Copas da Itália.
Inquestionável. Andrea Pirlo dominava o controle de bola, tinha uma batida impecável, visão de jogo, entendimento tático, além de ser um exímio cobrador de faltas. Se era um especialista em algo? Parece que em todos os fundamentos do futebol. Pirlo revolucionou a posição de volante dentro do contexto do futebol moderno. Foi um vitorioso. A Copa do Mundo de 2006 foi a sua coroação, depois de seis campeonatos italianos, duas Champions League, um Mundial Interclubes e uma sequência de Recopas.
Marco Tardelli é outro talentoso meio campista italiano. Foi dele o segundo gol da final da Copa de 1982, contra a Alemanha, e saiu dos pés dele a assistência para o gol de Paolo Rossi que mandaria o Brasil para casa, nas quartas de final. Técnico, vibrante, era um líder dentro de campo, foi peça importante nos cinco títulos do Campeonato Italiano que conquistou com a Juventus.
Gianni Rivera talvez tenha inaugurado uma forma de jogar no meio de campo que proporciona depois, craques como Baggio, Mancini, Donadoni e Pirlo. O “Garoto de Ouro” definiu o que os italianos chamam de trequartista, o meia criativo e habilidoso que joga entre o meio campo e área adversária. Primoroso no toque de bola, Rivera foi vice da Bola de Ouro em 1963, e a conquistou em 1969. Nesse mesmo ano foi campeão da sua segunda Champions League e do seu único Mundial Interclubes, ambos pelo Milan. Pela seleção italiana chegou à final da Copa de 1970, mas enfrentar Pelé e companhia o deixou apenas com o vice-campeonato.
Com tantos craques jogando no meio de campo da azzurra, é uma pena que a Itália esteja, pela segunda vez consecutiva, fora de uma Copa do Mundo.