É difícil ligar o percurso de um jogador ao trabalho feito pela federação com milhares de jogadores. No entanto, acredito que a presença de um jogador português na NBA é um tremendo veículo de promoção para a modalidade, porque a NBA tem um poder amplificador”, observou Zagklis.
O secretário-geral da FIBA falava na sede da Federação Portuguesa de Basquetebol, em Lisboa, onde se deslocou em visita de cortesia, para assinalar o 90.º aniversário da FIBA, que foi criada em 18 de junho de 1932 e da qual Portugal foi um dos membros fundadores.
“As gerações jovens precisam de ídolos, de referências e de jogadores icónicos, tanto masculinos como femininos. Isso significa que mais jovens vão querer vestir a camisola, pegar na bola e sair para jogar”, sustentou Zagklis.
Neemias Queta integra na época 2021/22 o plantel dos Sacramento Kings, que falharam a qualificação para os ‘play-offs’ da NBA, com um contrato de duas vias, que lhe permitiu atuar na equipa principal e na secundária, os Stockton Kings, na G-League.
O poste, ex-jogador do Barreirense e do Benfica, é o primeiro português a integrar uma equipa da mais importante liga mundial de basquetebol, depois de ter sido eleito pelos Sacramento Kings no 39.º lugar do ‘draft’, realizado em 29 de julho de 2021, em Nova Iorque.
O dirigente do organismo regulador da modalidade considerou que o basquetebol português viveu “uma década de crescimento e de muita transformação, em especial na forma como a federação tenta promover o desporto num mercado que é centrado no futebol”.
“Aliado ao sucesso, em especial nas camadas jovens femininas, com a medalha bronze nas Universíadas, são muito bons sinais para a próxima década”, assinalou Zagklis, em referência à conquista da seleção feminina em 2019, na 30.ª edição do evento, na cidade italiana de Nápoles.
O secretário-geral da FIBA lembrou também as dificuldades criadas pela pandemia de covid-19, que provocou um atraso na aplicação do plano estratégico para os próximos oito anos, assente em três pilares: desenvolvimento das federações, reforço do basquetebol feminino e aumento da “família FIBA”.
“Agora que estamos a sair da pandemia enfrentamos vários desafios geopolíticos”, lamentou Zagklis, em alusão à guerra na Ucrânia, advertindo que “os estatutos da FIBA são muito claros na condenação da violência” e que é necessário “tomar todas as medidas para proteger o desporto e os atletas”.
“Aprovámos medidas para proteger os jovens jogadores ucranianos, que tiveram de ser realojados, muitos deles em países vizinhos, e criámos medidas especiais para permitir a sua participação no estrangeiro e, ao mesmo tempo, proteger as seleções nacionais ucranianas”, enumerou.