O Boavista ‘selou’ hoje a permanência na I Liga de futebol, ao vencer em casa do Moreirense, por 2-1, em encontro da 32.ª e antepenúltima jornada, resolvido com um final eletrizante para desespero dos minhotos.
O curaçauense Kenji Gorré adiantou as ‘panteras’ no marcador, aos 20 minutos, mas o brasileiro Rafael Martins empatou para os vimaranenses, aos 88, logo antes de o croata Petar Musa, aos 89, ditar o primeiro triunfo ao clube do Bessa em Moreira de Cónegos.
O duelo ‘axadrezado’ subiu de tensão após o segundo golo dos visitantes, com o árbitro Tiago Martins a expulsar Musa, que se excedeu nos festejos, e punir igualmente de fora das quatro linhas o treinador portuense Petit, o colombiano Sebastián Pérez e Paulinho.
De regresso às vitórias dois jogos depois, o Boavista ascendeu ao 10.º posto, com 36 pontos, e garantiu a oitava permanência seguida na I Liga, enquanto o Moreirense ocupa provisoriamente a 16.ª e antepenúltima posição, de acesso ao ‘play-off’ de permanência, com 26 pontos, encarando as duas rondas finais a quatro da zona de ‘salvação’ direta.
Ricardo Sá Pinto improvisou um ‘onze’ inicial com quatro defesas laterais de origem nos vimaranenses, adiantando no terreno o destro Paulinho e o canhoto Pedro Amador, face às ausências de Walterson, Derik Lacerda e Yan, todos suspensos, e de Yan, lesionado.
Esse efeito surpresa até viabilizou uma 'cavalgada' de Paulinho logo ao segundo minuto, com Rafael Martins a cabecear para intervenção de Rafael Bracali, mas os portuenses, usufruindo dos regressados Sebastián Pérez e Petar Musa, foram crescendo na partida.
Superado um início promissor do Moreirense, o Boavista respondeu com frieza aos 20 minutos, quando Ilija Vukotic desarmou Jefferson no meio-campo e a bola sobrou para Kenji Gorré, que fugiu em velocidade até bater Mateus Pasinato com um ‘tiro’ cruzado.
A desvantagem complicava a missão dos minhotos, que quase viram o atacante oriundo da ilha de Curaçau ‘bisar’ seis minutos depois, ao emendar ao lado um centro de Filipe Ferreira na esquerda, e ainda ficaram sem o criativo Kevin Mirallas por lesão, aos 39.
Os anfitriões encheram-se de precipitação na construção dos ataques e esbarraram na coesão da equipa de Petit, que voltaria a ser importunada em tempo de compensação, com Rafael Martins a rematar contra Jackson Porozo, cujo desvio quase ‘traiu’ Bracali.
A segunda etapa começou com um pontapé de primeira de Petar Musa ligeiramente por cima, aos 49 minutos, mas o Moreirense surgiu revigorado nos duelos e apoderou-se da bola, atemorizando a gestão do Boavista num remate frontal de Pablo Santos, aos 51.
Logo na jogada seguinte, Matheus Silva conquistou espaço na direita e levantou para o segundo poste, onde Pedro Amador falhou de forma clamorosa, fechando uma toada intensa do Moreirense, que reforçou o ataque com André Luís já na última meia hora.
O avanço do relógio criou impaciência na formação de Ricardo Sá Pinto, cuja dificuldade para contrariar a contenção dos portuenses só foi contrariada aos 88 minutos, quando Godfried Frimpong tocou de cabeça na esquerda para a conclusão de Rafael Martins.
A festa rija dos minhotos demorou apenas um minuto, já que Petar Musa, desmarcado à distância por Rodrigo Abascal, ultrapassou Pablo Santos a caminho da área contrária, driblou Mateus Pasinato e fez o golo que vale toda uma época para o conjunto de Petit.