O Desportivo de Chaves ‘selou’ o regresso à I Liga três anos depois, apesar da derrota na casa do Moreirense, por 1-0, insuficiente para anular a vantagem de 2-0 obtida na primeira mão do ‘play-off’.
Numa noite emotiva em Moreira de Cónegos, o golo de Paulinho, aos 25 minutos, ainda relançou a eliminatória, mas os transmontanos, terceiros na II Liga, tiveram estofo para confirmar a 17.ª presença na elite, juntando-se aos já promovidos Rio Ave e Casa Pia.
Já os minhotos regressam em lágrimas e sem glória ao escalão secundário oito épocas depois, numa campanha em que empregaram três treinadores e acederam ao ‘play-off’ apenas na 34.ª e última jornada, à frente dos ‘condenados’ Tondela e Belenenses SAD.
O Moreirense, de novo com Ricardo Sá Pinto ausente do banco de suplentes, devido a suspensão, devolveu ao ‘onze’ o ‘capitão’ Lazar Rosic e Yan, restabelecido de lesão, e tentou diluir os prejuízos trazidos do duelo em Trás-os-Montes com um início atrevido.
Rafael Martins precisou apenas de três minutos para testar Paulo Vítor, mas a equipa de Vítor Campelos, beneficiando do regresso do ‘capitão’ Luís Rocha, respondeu aos seis, com Kewin Silva a sacudir um cabeceamento de Alexsandro ao canto de João Teixeira.
Se o Chaves voltou a ameaçar aos 20 minutos, tendo Rosic quase introduzido a bola na própria baliza, após um desentendimento com Kewin, os anfitriões adiantaram-se aos 25, num lance desenhado entre Yan e Rafael Martins para o disparo ao ângulo de Paulinho.
Esse golo interferiu no conforto anímico dos flavienses, que se esforçavam para igualar a intensidade ‘cónega’ e até ficaram perto de empatar a quatro minutos do intervalo, com Platiny a atirar para defesa de Kewin Silva e Artur Jorge a bloquear a recarga de Guima.
A carga emocional ajudou a retirar espetacularidade à partida no reatamento, apesar da necessidade do Moreirense em correr contra o tempo para evitar a despromoção, visível somente num pontapé alto de Derik Lacerda, descaído sob a esquerda, aos 60 minutos.
O Desportivo de Chaves explorava a crescente ansiedade dos ‘cónegos’ com ataques cirúrgicos e viu o recém-entrado Patrick falhar sem oposição a emenda ao centro do suplente Nuno Campos, aos 68 minutos, logo antes de João Teixeira rematar para fora.
Ricardo Sá Pinto trouxe Kevin Mirallas, André Luís e Galego para o derradeiro quarto de hora e assumiu risco máximo com a inclusão do defesa central Steven Vitória no apoio aos avançados André Luís e Rafael Martins, sem extrair maior discernimento com bola.
Numa reta final em que pouco se jogou e muito se sofreu, Paulo Vítor ainda afastou um golpe de cabeça de Steven Vitória, aos 90+4 minutos, mas os pupilos de Vítor Campelos estiveram irrepreensíveis a defender uma das derrotas mais saborosas da sua história.
A festa dos cerca de 1.000 adeptos oriundos de Chaves contrastou com a frustração do lado do Moreirense, que voltou a ‘cair’ esta época ante um clube da II Liga, após ter sido afastado da Taça de Portugal e da Taça da Liga por Mafra e Penafiel, respetivamente.