O Sporting venceu hoje, em Alvalade, o FC Porto por 3-0, em encontro da 21.ª jornada da Liga de futebol, numa demonstração inesperada de superioridade sobre um campeão que só começou a jogar a partir da meia hora.
De resto, já na visita ao Estádio da Luz, o FC Porto foi uma sombra de si próprio, uma equipa encolhida, medrosa, sem a atitude que se exigia desde o primeiro minuto, e que quando tentou começar a jogar já concedera um golo de avanço e, sobretudo, uma vantagem anímica e uma injeção de confiança ao adversário dificilmente reversíveis.
A primeira meia hora de jogo pertenceu literalmente aos leões, que fizeram um “pressing” alto que ainda não víramos fazer esta época, jogando com as linhas subidas, sem medo de o fazer, emprestando a agressividade necessária para esse pressão ser eficaz.
Para a entrada de “leão” que o Sporting protagonizou foram fundamentais os índices de agressividade que apresentou desde o primeiro minuto, quer na recuperação da bola, quer nas saídas para o ataque, o que lhe permitiu chegar cedo ao golo, logo aos seis minutos, por Yannick Djaló.
Um golo que reforçou a confiança da equipa que mandou no jogo durante a primeira hora, perante um FC Porto simplesmente incapaz de se acercar sequer da área de Rui Patrício, por falta de profundidade atacante.
A equipa portista ficou manietada face ao “pressing” do Sporting, por não ser capaz de circular a bola.
Aos 11 minutos, Helton evitou o segundo golo, a desviar para canto um remate de Liedson, isolado, que levava “selo” de golo.
O FC Porto só deu um ar de graça aos 24 minutos, quando, finalmente, Ruben Micael conseguiu articular um passe para Varela servir Falcão na área, mas Carriço antecipou-se para canto.
Além do meio-campo portista não pegar na bola, os alas Mariano e Varela não existiram, sobretudo o argentino, que goza de um crédito junto de Jesualdo Ferreira que não justifica pelo que produz em campo.
Mas o “xeque-mate” dos “leões” seria dado à beira do intervalo, quando Izmailov assinou um grande golo, com o pé esquerdo, demonstrativo da sua qualidade futebolística e do erro que seria tê-lo perdido para o Lokomotiv de Moscovo.
O golo de Miguel Veloso, aos 47 minutos, foi apenas a confirmação daquilo que já se sabia quando as duas equipas recolheram às cabinas: que o jogo tinha o destino traçado.
É verdade que o FC Porto mostrou outra atitude na segunda parte, quando finalmente os seus jogadores elevaram os níveis de agressividade e entrega ao jogo, mas não havia como dar-lhe a volta perante um Sporting moralizado, confiante e que nunca relaxou, mantendo os níveis de concentração até ao fim.
A verdade é que o Sporting, com mais espaço para jogar no meio-campo portista, face ao adiantamento da equipa, esteve sempre mais perto do 4-0 do que o FC Porto do 3-1.
Uma palavra para a opção de Carlos Carvalhal, já assumida com bons resultados no jogo com o Everton para a Liga Europa, ao jogar com Liedson (grande exibição) sozinho na frente e com Yannick Djaló descaído nas alas, como falso médio, e cuja ação hoje se revelou determinante, quer na superioridade a meio-campo quer na produtividade e eficácia do ataque “leonino”.