O aumento para perto do dobro das receitas da Liga dos Campeões em futebol permitiu ao FC Porto manter-se com proveitos operacionais superiores ao Benfica e muito acima do Sporting, de acordo com os relatórios das SAD’s dos três ''grandes''.
O dinheiro da liga ''milionária'', num total de 11,596 milhões de euros (ME), representa um terço dos proveitos operacionais do FC Porto no primeiro semestre da época 2009/10, segundo o relatório publicado no site oficial da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O aumento substancial das receitas da principal prova europeia de clubes (no mesmo período da temporada passada encaixou 6,304 ME) contribui também para que o tetracampeão nacional seja o único dos ''grandes'' com resultado líquido positivo.
No primeiro semestre da atual época desportiva, entre 01 de julho e 31 de dezembro de 2010, a SAD ''azul e branca'' teve um lucro de 19,658 ME, contra um resultado negativo do Benfica de 13,823 ME e do Sporting de 7,830 ME.
Os proveitos operacionais dos portistas, impulsionados pelos milhões da Liga dos Campeões, ascendem a 34,866 ME, mais 5,6 do que o Benfica (29,264 ME) e muito acima dos 19,595 ME do Sporting.
Em sentido inverso ao FC Porto, o clube de Alvalade viu esta rubrica cair consideravelmente, contra os 29,880 ME no período homólogo da temporada anterior, muito por força da quebra de 10 para 3,665 ME da participação nas competições europeias.
O Benfica, apesar de ter passado ao lado da opulenta ''Champions'' e apresentar apenas 1,788 ME de receitas das provas continentais, consegue quase mais 10 ME de proveitos operacionais em relação ao rival lisboeta.
Em compensação, os custos com pessoal do Sporting são os mais modestos das três SAD's, num total de 11,338 ME, quase metade do FC Porto (21,581 ME) e também muito menos do que o Benfica (17,120 ME).
O Sporting é o único com capitais próprios negativos (-23,811 ME), acentuando o incumprimento do artigo 35 do Código das Sociedades Comerciais, tal como o Benfica, apesar de apresentar um valor positivo de 14,351 ME. O FC Porto, com 42,410 ME, escapa à situação de incumprimento.
O ativo e passivo totais de Sporting e FC Porto mantiveram-se relativamente estáveis, mas os do Benfica dispararam para o dobro (o ativo ascende a 355,079 ME e o passivo a 340,728 ME), o que se explica pela inclusão da Benfica Estádio na SAD ''encarnada''.