O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, afirmou no sábado, em entrevista ao Porto Canal, que David Carmo foi contratado para tapar “uma grande lacuna” no plantel, face à saída do central congolês Mbemba.
“Tínhamos o Pepe, que é um monstro, no bom sentido, e vai continuar a ser, tenho a certeza, também o Fábio Cardoso, que foi uma revelação, porque em todos os jogos cumpriu sempre. E tínhamos o Mbemba, que foi pendular”, explicou o líder portista.
O central congolês queria, no entanto, “um salário de sete milhões de euros limpos” para continuar.
“Quando um jogador, seja ele quem for, pede a um clube como o FC Porto, ou a qualquer clube português, sete milhões de euros limpos, acho que era mais simpático dizer: ‘Olhe, não tenho condições para continuar, tenho outros objetivos e gostei muito de estar aqui’. E ia à vida dele”, explicou o líder portista.
Com o adeus de Mbemba, o FC Porto precisava de “arranjar um central que desse a máxima garantia” e “o treinador [Sérgio Conceição] deu o aval, sem qualquer dúvida, ao David Carmo”.
“A partir daí foi necessário negociar com o António Salvador, que é sempre difícil. A cláusula era de 40 milhões de euros, havia ofertas de 30, que não se concretizaram porque o jogador também não estava muito interessado em ir para certos clubes”, disse.
Para Pinto da Costa - que ficou “impressionado com o caráter e a postura do jogador”, tal como Sérgio Conceição -, “foi uma grande aquisição.
“Agora, tem de demonstrar na prática. Mas estou convencido que contratámos um jogador que vai estar muitos anos na seleção nacional”, afirmou o presidente portista, desvalorizando as críticas sobre as cláusulas que valem dinheiro ao Sporting de Braga em casos de títulos de David Carmo pelos ‘dragões’.
Quanto a saídas, Pinto da Costa assumiu que não ficou contente com o adeus de Vítor Ferreira ‘Vitinha’ e Fábio Vieira, vendidos a Paris Saint-Germain e Arsenal, respetivamente, mas desvalorizou uma possível quebra na equipa por esse motivo.
“A mim custam-me todos, salvo raras exceções, caso não tenham um comportamento à altura do FC Porto. Lembro-me que num dia, à mesma hora, perdemos o João Moutinho e o James Rodríguez. Perder dois jogadores desses é que cria um grande abalo na equipa, mas, com o mesmo espírito de sempre, e com os retoques, o FC Porto continuou a ser campeão", lembrou.
Os objetivos para 2022/23 passam por continuar a ganhar: “Não se pode pensar que já fizemos isto e queremos ficar por aqui. Temos de querer. O objetivo tem de ser alcançar mais. Temos de pensar alto. Se todos derem o máximo, como se tem visto ultimamente, conseguiremos os objetivos. Estou de acordo com o Pepe, este ano temos de fazer melhor e vamos fazer melhor”.
“Acho que sempre houve uma mentalidade positiva no FC Porto. Não me lembro de não encontrar no FC Porto equipas que não tivessem essa mentalidade, porque quem não tiver essa mentalidade, quem não for exigente consigo mesmo, e com os outros, e não tiver objetivos altos, não pode estar no FC Porto”, frisou.
Para já, o líder portista considera que o clube tem “um grande plantel”, mas não descarta reforços, “se houver uma oportunidade”, sendo que rejeita ‘loucuras’.
“Os clubes não podem pensar agora que por termos dado 20 milhões de euros ao Sporting de Braga, vamos dar 10 milhões por qualquer indivíduo. Temos os pés no chão, temos consciência que temos um bom plantel e temos um treinador que sabe tirar o máximo rendimento dos jogadores”, garantiu.