O Portsmouth anunciou hoje o despedimento de 85 trabalhadores, mais de um quarto do seu efetivo, tentando minorar a grave crise financeira que já teve efeitos desportivos com a descida à segunda liga inglesa de futebol.
O clube onde atua o português Ricardo Rocha está em administração financeira judicial, para evitar a falência, e, segundo o administrador Andrew Andronikou, dava emprego a 166 funcionários a tempo inteiro e 154 em trabalho parcial.
O diretor-geral dos ''Pompey'', Peter Storrie, aceitou uma redução de 40 por cento do seu salário, mas o gestor reconheceu que é impossível aplicar medidas semelhantes aos futebolistas.
''Num cenário destes, há sempre dias em que nos interrogamos se gostamos do nosso trabalho, mas é um trabalho necessário'', comentou Andronikou.
O Portsmouth é a primeira vítima das grandes dívidas de clubes ingleses de futebol: é último classificado no campeonato e vai ficar sem nove pontos, sanção automática prevista pela Liga inglesa caso um clube entre em administração judicial.
Com dívidas a rondar os 70 milhões de euros e sem compradores interessados, o Portsmouth escapou à liquidação judicial, decretada pelo Supremo Tribunal de Inglaterra.
O futebol inglês atravessa uma crise financeira sem precedentes e equipas como o Wigan, Hull City ou West Ham arriscam a seguir o mesmo caminho.
Históricos como o Manchester United ou o Liverpool também vão acumulando dívidas gigantescas, levando mesmo os seus adeptos a exigir a demissão dos proprietários norte-americanos.