O diretor desportivo da Glassdrive-Q8-Anicolor esclareceu hoje que um dos seus ciclistas foi alvo de buscas esta manhã, escusando-se a revelar a identidade do mesmo e reiterando que a equipa não está envolvida.
Não foi buscas à equipa, nem a equipa está envolvida em nada disso. Foi a um ciclista. [Aliás] Foram buscas a vários ciclistas do pelotão nacional, de várias equipas, entre os quais está um ciclista da nossa equipa”, sublinhou Rúben Pereira.
O diretor desportivo da Glassdrive-Q8-Anicolor preferiu não “revelar para já” quem é o corredor em causa, porque “ainda ninguém sabe o real motivo” das buscas.
“Uma coisa garanto: não temos nada a ver com isso enquanto equipa. Da nossa parte, estou de consciência tranquila. A equipa não compactua com esse tipo de situações. Aliás, temos um código interno de conduta desportiva que reprova qualquer tipo de situação dessas”, destacou.
Rúben Pereira revelou ainda que, nas buscas, os inspetores da Polícia Judiciária (PJ) “não encontraram nada, porque não havia nada para encontrar”.
A PJ realizou hoje buscas “em locais ligados a equipas de ciclismo” no âmbito da operação ‘Prova Limpa’, confirmou à Lusa fonte ligada à investigação, esclarecendo que o objetivo “principal foi a recolha de prova, nomeadamente documentação”.
A mesma fonte detalhou que a PJ “realizou buscas em vários pontos do país, em simultâneo, em locais ligados a equipas de ciclismo, no âmbito da operação ‘Prova Limpa'”, tendo estas “como objetivo principal a recolha de prova, nomeadamente de documentação e não a detenção de qualquer suspeito”.
As buscas acontecem a dois dias do arranque da 83.ª Volta a Portugal em bicicleta, que estará na estrada entre quinta-feira e 15 de agosto.
No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
“A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP”, detalhou a PJ, em 24 de abril, indicando que durante a mesma “foram apreendidas diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento desportivo”.
A União Ciclista Internacional (UCI) retirou, na semana passada, a licença desportiva à W52-FC Porto, depois de oito dos seus ciclistas, além de dois elementos do ‘staff’ terem sido suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).