A basquetebolista norte-americana Brittney Griner foi hoje condenada pela justiça russa a uma pena de prisão efetiva de nove anos por alegado tráfico de drogas, noticiou a agência France-Presse.
No final do julgamento, que decorreu em Jimki, nos arredores de Moscovo, a juíza Anna Sotnikova afirmou que a basquetebolista será condenada “a nove anos de prisão efetiva”, retirando apenas seis meses ao pedido de condenação apresentado, horas antes, pelo ministério público.
A defesa de Brittney Griner, que está detida na Rússia desde fevereiro, tinha pedido a absolvição da jogadora que, segundo a lei russa, poderia ser condenada a uma pena máxima de 10 anos.
O presidente norte-americano, que tem sido pressionado a tentar a libertação da basquetebolista, duas vezes campeã olímpica (Rio2016 e Tóquio2020) e uma das principais figuras da Liga norte-americana de basquetebol (WNBA), já considerou a condenação “inaceitável”.
Em comunicado, Joe Biden afirmou: “Isto é inaceitável, peço à Rússia a libertação imediata para que esta mulher possa regressar para junto da sua família e amigos”.
Biden garantiu que serão exploradas todas as “vias possíveis” para conseguir a libertação da basquetebolista, e os advogados da jogadora também anunciaram que irão recorrer da sentença.
Griner, que representa alternadamente a equipa norte-americana Phoenix Mercury e a russa Ecaterimburgo, conforme o calendário dos campeonatos, foi detida em 17 de fevereiro, num aeroporto em Moscovo, após terem sido detetados óleos canabinoides, vaporizadores e outros produtos na sua bagagem, segundo as autoridades locais.
A prisão de Griner ocorreu numa altura em que se agravaram as relações entre Washington e Moscovo por causa da nova invasão da Ucrânia por parte da Rússia, em 24 de fevereiro.
Griner afirmou perante o tribunal que não sabe como os frascos com óleo de canábis surgiram na própria bagagem acrescentando, no entanto, que tem uma receita médica que lhe permite o uso de canábis para efeitos de saúde por causa de dores provocadas pelo exercício físico como atleta.
A jogadora de basquetebol, de 31 anos, considerou-se culpada mas disse que não tinha qualquer intenção criminosa em fazer entrar o óleo de canábis na Rússia durante a temporada em que devia jogar na liga de basquetebol da Rússia.