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Judo: «Há ainda várias questões por resolver» - Telma Monteiro

A judoca Telma Monteiro afirmou hoje que «existem coisas por resolver» no diferendo com a Federação Portuguesa de Judo, apesar de «algumas questões técnicas estarem parcialmente resolvidas», após a reunião com o Governo e Comité Olímpico de Portugal.

Judo: «Há ainda várias questões por resolver» - Telma Monteiro
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Telma Monteiro esteve hoje presente numa sessão com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, sobre igualdade de género, inclusão e desporto que decorreu na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP). Para além de Monteiro, também as atletas olímpicas Patrícia Mamona, Tamila Holub, Lorene Bazolo e Maria Caetano estiveram presentes.

Metsola quis reunir no COP para ouvir as preocupações das atletas e Telma Monteiro frisou a impotência que sente por não ter um papel ativo nas decisões do desporto.

“Como uma das atletas mais conhecidas em Portugal, sinto-me na obrigação de falar em meu nome e dos meus colegas. Eu tenho a minha voz, posso falar, mas se alguém com mais poder do que eu não concordar, não há nada que eu possa fazer. Essa é a minha principal preocupação e gostaria de saber o que é possível fazer para dar mais poder aos atletas”, referiu a judoca olímpica, vencedora da medalha de bronze no Rio2016, quando teve oportunidade para falar.

No fim da sessão, Roberta Metsola fez questão de se dirigir em particular à judoca portuguesa dizendo: “Vou levar o que disseste comigo, foi muito importante”.

Em declarações à comunicação social, após a sessão, Monteiro falou sobre a reunião que juntou o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, o presidente do COP e o líder federativo do judo e afirmou que “faltam resolver algumas questões” e que falará sobre elas quando chegar o momento oportuno.

“Relativamente a esse assunto, mais especificamente à reunião, posso dizer, como disse na altura, que algumas questões técnicas ficaram parcialmente resolvidas e esperamos a chegada do momento para perceber se há uma ação positiva em relação ao que foi acordado. Assim sendo, supostamente, estarão resolvidas. Relativamente às outras questões, quando for o momento adequado, e se esse momento acontecer de eu falar publicamente sobre as outras questões, não deixarei nada por dizer. Agora, prefiro guardar e, obviamente, que há ainda muitas questões para resolver”, vincou.

A atleta fez ainda questão de sublinhar que a saúde mental é fundamental para uma boa performance e que os atletas não têm outra alternativa senão lutar por melhores condições.

“Não falando em nada específico, mas sempre que um ambiente de trabalho não é saudável, se a pessoa não está feliz ou se, de alguma forma, se sente afetada psicologicamente, isso afeta a nossa performance. Isto acontece a qualquer trabalhador, quanto mais a um atleta que tem de estar completamente equilibrado. Não dá para dissociar uma coisa da outra. Qualquer pessoa que está descontente, se tiver condições, pode sair desse trabalho, pode despedir-se, pode procurar outro. Os atletas não podem. Então se os atletas não podem deixar de ser profissionais, se não podem sair da sua modalidade, como é que podemos fazer com que a nossa voz tenha impacto?”, questionou.

No início de agosto, sete judocas portugueses do projeto olímpico escreveram uma carta aberta denunciando o “clima insustentável e tóxico” no judo português, exigindo “respeito” e melhores condições de treino.

Telma Monteiro, de 36 anos, foi operada este mês ao joelho e confirmou estar a recuperar bem e depressa, com a expectativa de voltar aos treinos dentro de um mês. A judoca confirmou também que não vai marcar presença no Campeonato Mundial de Judo, que decorre entre 6 e 13 de outubro no Uzbequistão.

“Será difícil porque os Mundiais são daqui a cinco semanas, portanto, se estiver de volta daqui a quatro semanas, é difícil ter essa expectativa. Apesar disso, temos outros momentos antes do apuramento olímpico, temos o Masters que conta tanto como um Campeonato do Mundo, portanto, em vez em pensar em um ano, estou a pensar em dois anos, é uma continuidade e ainda há muita coisa para conquistar”, concluiu.

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