O presidente da Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal, Luciano Gonçalves, disse hoje acreditar na introdução do cartão branco nas ligas profissionais de futebol.
"Há quatro anos achámos impensável colocarmos o cartão branco nas competições da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que era utópico, mas vimos uma grande abertura da FPF. Portanto, também quero acreditar que com algum trabalho e planeamento isso é possível por parte da Liga Portugal", afirmou Luciano Gonçalves, durante a Cerimónia Cartão Branco 2021/22, que decorreu no Centro da Juventude de Lisboa.
O cartão branco está integrado no Plano Nacional de Ética no Desporto e foi criado com o objetivo de promover valores na prática desportiva, através do reconhecimento de comportamentos eticamente relevantes junto de atletas, treinadores, dirigentes e outros agentes desportivos.
Em função da aceitação desta iniciativa a nível nacional e além fronteiras, as instituições que o promovem - Instituto Português do Desporto e Juventude, em parceria com a Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal (CAJAP) - atribuiram prémios em três categorias: Prémio do Cartão Branco – Entidades, Prémio do Cartão Branco – Revelação e Prémio do Cartão Branco – Árbitros.
O prémio respeitante a árbitros foi atribuído às juízas Ana Sofia Pessegueiro, ligada à Federação de Triatlo de Portugal, e Mafalda Sofia Antunes, ligada à Federação Portuguesa de Futebol, com uma menção honrosa para Lucas Lopes de Castro, árbitro pertencente à Federação Portuguesa de Esgrima.
A categoria Revelação foi atribuída à Câmara Municipal de Torres Vedras e à Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting e, por fim, a categoria Entidades premiou o Desporto Escolar e a Associação de Futebol de Setúbal.
Na ocasião, os responsáveis pela iniciativa revelaram que o uso do cartão branco apresentou números de evolução muito favoráveis: foram mostrados 886 cartões brancos na época 21/22, o que representa uma subida de 45% desde o período pré-pandemia, perfazendo um total de 3.669 já registados desde o início desta parceria.
Um crescimento que Luciano Gonçalves considera também dever-se a uma melhoria na mentalidade desportiva e nos comportamentos da sociedade. "É muito bem analisada essa leitura, efetivamente temos de perceber que o desporto no seu geral tem também melhorado a nível comportamental", sublinhou o dirigente.
"É óbvio que continuam a existir alguns episódios de alguns tristes, frustrados, que continuam no desporto, mas cada vez temos mais competições, cada vez existem mais praticantes, portanto, a probabilidade de termos mais problemas e agressões seria normal, mas isso não tem acontecido", frisou.
O também presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) reconheceu, ainda assim, a importância de penalizar árbitros, tal como qualquer outro agente desportivo, sempre que tal o justifique: "Devemos punir os erros e é isso que devemos fazer em todas as funções," resumiu.