A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) exigiu hoje que o Paris Saint-Germain pare de intimidar os jornalistas «com práticas deploráveis», como as que têm sido seguidas por aqueles que considera «mercenários digitais»
Esta posição pública da RSF surge na sequência de a Mediapart, agência de investigação, alegar que o campeão francês de futebol contratou os serviços de um “exército digital de contas falsas para atacar a imprensa hostil, várias personalidades e alguns jogadores, entre eles Kylian Mbappé, que já foi negado pelo clube.
No entanto, Frédéric Geldhof, diretor de operações da Uréputation, uma filial da agência Digital Big Brother (DBB), confirmou essa operação por parte do Paris Saint-Germain, em declarações à estação de rádio fancesa RTL, revelando que “tudo foi feito em cooperação com o clube”.
“É responsabilidade do presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaïfi, acabar com essas práticas que prejudicam a liberdade de imprensa e fornecer garantias para que os jornalistas possam trabalhar sem obstáculos abusivos, discriminação ou intimidação”, disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.
A ONG recordou algumas das práticas levadas a cabo pelo clube parisiense contra a imprensa, entre elas a exclusão, em 2018, dos jornalistas do prestigiado jornal L'Équipe nas conferências de imprensa do Paris Saint-Germain e a proibição dos seus jogadores falarem com determinados jornalistas.
No entanto, o vice-diretor de comunicação do Paris Saint-Germain Nicolas Serres negou que o clube tenha contratado uma agência para “manchar a reputação de quem quer que seja” e afirmou que o clube “respeita a liberdade de imprensa e os jornalistas”.