Várias dezenas de adeptos deslocaram-se hoje ao Campo da Mata, nas Caldas da Rainha, para a festa da Taça de Portugal, onde o clube anfitrião recebe o Benfica, para a terceira eliminatória.
Sócio do Caldas desde que nasceu, Bruno Francisco afirmou que hoje é um “dos dias mais felizes” da sua vida, a nível desportivo, porque pode ver o “seu Benfica” no Estádio da Mata – que considera a sua “casa”.
Com camisola e cachecol do Caldas, juntamente com a família e alguns amigos, foi um dos primeiros a chegar ao Campo da Mata. Faltavam ainda cinco horas para o apito inicial do árbitro Cláudio Pereira, marcado para as 20:45.
Não faltou a geleira bem “apetrechada” e até cadeiras para as horas de espera que se seguiam.
“Esta é uma oportunidade que, se calhar, acontece uma vez na vida”, disse Bruno Francisco, de 34 anos, em declarações à Lusa, enquanto aproveitava para se refrescar numa tarde de muito sol em Caldas da Rainha.
O técnico dos escalões de formação do Caldas é também adepto dos ‘encarnados’, mas, assumiu, hoje o coração “é apenas preto e branco”.
“Cresci no Caldas e parte da minha educação também esteve relacionada com o clube”, disse, contando que, a ligação é quase “umbilical” – razão pela qual também a sua filha e o seu afilhado são sócios do Caldas desde os primeiros dias de vida.
Filho de Alberto Francisco, um icónico diretor do emblema caldense, Bruno Francisco não escondeu o desejo de um triunfo do “seu” Caldas, ainda que reconheça as dificuldades de jogar contra o líder da I Liga.
“Aposto numa vitória do Caldas, por 1-0, com um golo de João Rodrigues”, atirou o antigo jogador do clube, tecendo largos elogios ao “bom trabalho que a direção do Caldas tem feito nos últimos anos”.
Desde os mais novos ou mais velhos, o Campo da Mata vai ter casa cheia para a receção a um dos “grandes”.
É o caso de António do Rosário, que tinha 19 anos quando viu, no Campo da Mata, “o bandido do Zé Águas” marcar o golo que “roubou” o triunfo do Caldas na receção ao Benfica, em cima do apito final, tendo o resultado ficado empatado a um golo, em jogo relativo à segunda jornada do principal escalão nacional. Corria a temporada 1958/59.
“Lembro-me perfeitamente desse dia, o estádio estava cheio”, recordou, afirmando-se esperançoso de uma ‘vingança”.
Hoje, e ainda que seja também “benfiquista”, é pelo Caldas que vai torcer.
“Gostava muito de ver o meu Caldas vencer”, atirou o caldense, de 83 anos, enquanto esperava a abertura das portas para rumar ao seu lugar.
Também Bárbara Silva quer ver o Caldas eliminar o Benfica.
A jovem, de 25 anos, esteve presente na meia-final da Taça de Portugal, em 2017/18, em que o Caldas foi eliminado pelo Desportivo das Aves, e hoje deseja que o desfecho seja diferente.
“Foi um dos jogos mais emocionantes que vivi e hoje tenho a certeza que será igual”, disse a adepta que, ao contrário dos anteriores, “tem mais ligação ao Sporting”.
Ainda assim, hoje o “seu coração” é apenas do Caldas e, questionada sobre o resultado final, não antecipou marcadores, mas apostou na vitória dos ‘pelicanos’.
A festa da Taça de Portugal, ouvia dizer-se, tem um “simbolismo especial” e, por isso, também houve adeptos das ‘águias’ que se juntaram ao convívio entre os caldenses.
Pedro Araújo, de 50 anos, e natural de Oeiras, rumou com mais dois amigos até Caldas da Rainha, e, confessa, o principal propósito, “mais do que o resultado, é a festa”.
Por esse facto, o grupo, vestido a ‘rigor’, fez questão de ir falando com os vários adeptos do Caldas que foram encontrando no caminho até ao estádio.
“Vimos para nos divertirmos num ambiente saudável e a Taça é mesmo isso”, sublinhou, acrescentando que, ainda que o resultado não seja tão importante quanto isso, quer ver o Benfica seguir em frente na prova ‘rainha’.