Taça de Portugal: Guarda-redes do Varzim acredita que a equipa «pode ir longe» na prova

O guardião, de 40 anos, considera que o percurso da sua equipa na prova rainha do futebol nacional “tem de ser encarado jogo a jogo”, mas aponta como essencial que o sorteio dite que o próximo desafio seja disputado na Póvoa de Varzim.

“O essencial é jogar em casa, seja qual a for o adversário. No nosso estádio a percentagem do sucesso é maior. Mas isto é Taça, e até podemos ser eliminados por uma equipa de um escalão inferior, como fizemos ao Sporting. É uma competição imprevisível e temos de repetir o foco deste último jogo. Se assim for, podemos ir longe”, disse Ricardo Nunes à agência Lusa.

Ainda recuperando o embate com os 'leões', na vitória por 1-0, com um golo do central João Faria, o guarda-redes do Varzim enalteceu “competência da equipa em todos os aspetos do jogo, perante um Sporting que teve domínio, mas não criou perigo flagrante”.

“Planeámos bem o jogo porque sabíamos que precisávamos de uma estratégia definida. Sabíamos que quando não tivéssemos a bola iríamos ter de sofrer e ser valentes, mas quando as oportunidades sugerissem tínhamos de aproveitar, quer em contra-ataque ou bola parada. A estratégia bateu na perfeição”, analisou.

Ricardo, que já venceu uma Taça de Portugal, em 2008, ao serviço da Académica de Coimbra, curiosamente num embate com o Sporting, lembrou que “mais uma vez esta competição provou que nas equipas ditas mais pequenas também se trabalha muito bem”.

Na primeira fase da carreira, quando estava a despontar no Varzim, Ricardo também esteve num jogo histórico da equipa poveira para a Taça de Portugal, na eliminação do Benfica da prova, num feito que, na altura, confessou, ter sido vivido "com mais intensidade”.

“Foi tudo mais efusivo e emocional. Era um momento diferente da minha carreira, na altura era uma montra para mim, e queria mostrar que tinha qualidade para chegar a outros patamares. Desta vez, foi uma enorme felicidade, mas de forma mais racional, só queria desfrutar do jogo e fazer algo que poucos acreditavam”, disse o jogador agora com 40 anos.

Nessa eliminatória frente ao Benfica, no plantel dos poveiros, além de Ricardo estava o seu primo mais novo Luís Neto, agora defesa central do Sporting, com quem Ricardo teve oportunidade de trocar algumas palavras após o jogo de domingo.

“Falámos um pouco no final, estava triste pelo resultado, mas disse-lhe que o mais importante era ele focar-se na recuperação da lesão, para voltar mais forte e ajudar o Sporting a sair desta situação difícil em que está. Está numa equipa grande e no futebol as coisas mudam rápido”, partilhou.