A Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE) anunciou hoje uma greve dos seus associados profissionais entre 16 e 19 de abril, caso não se consiga ''um grande pacto'' que atenda às suas reivindicações.
A concretizar-se, a paralisação afetaria a 30.ª jornada da principal Liga espanhola, designadamente o Real Madrid-Valência e o ''derby'' catalão Espanyol-FC Barcelona.
A nova direção da AFE, investida em 09 de março e liderada pelo antigo futebolista Luís Manuel Rubiales, adiantou que mantém as conversações com o Governo, Liga de clubes e Real Federação.
''Os nossos direitos, garantias e salários não têm de ser mendigados, mas sim exigidos e a situação atual é a mais difícil dos últimos 20 anos'', lê-se em comunicado de Rubiales.
Os representantes dos atletas reclamam o pagamento das dívidas na II Divisão B, o acionamento das garantias bancárias dos clubes que estão sob administração judicial, na Liga principal e na II Divisão e o alargamento das coberturas do fundo de garantia salarial para a II Divisão B, assim como a criação de mecanismo semelhante para o terceiro escalão.
A AFE chegou a ponderar, devido às ''situações dramáticas'' de jogadores da II Divisão B e da III Divisão, uma greve no próximo fim de semana, coincidindo com o ''clássico'' Real Madrid-FC Barcelona.
A última greve no futebol espanhol aconteceu em setembro de 1984, com uma primeira jornada a ser disputada com jogadores da formação e, posteriormente, um fim de semana sem futebol, depois de a Justiça ter proibido a utilização de jogadores jovens.
A primeira vez que as competições profissionais de futebol em Espanha foram paralisadas foi em 04 de março de 1979. Os jogadores reclamaram a abolição dos direitos de retenção dos clubes sobre os atletas, a sua inclusão no sistema de segurança social e a eliminação do limite de idade (23 anos) para alinhar na III Divisão.