Patrícia Mamona, vice-campeã olímpica no triplo salto, apontou hoje ao regresso aos pódios em 2023, nos Europeus em pista coberta e nos Mundiais ao ar livre, após um ano que a deixou «um pouco em baixo».
Um ano depois de ter conquistado a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, disputados em 2021, e de ter sido campeã europeia em pista coberta, a triplista do Sporting falhou as medalhas nas grandes competições de 2022.
“A minha parte mental esteve um pouco em baixo este ano, mas sou bastante positiva e tenho pensado no dia seguinte aos meus momentos negativos como uma oportunidade para melhorar. Estou bastante entusiasmada com a nova época e, obviamente, quero voltar onde penso que mereço estar, no pódio, conseguindo mais medalhas para o país”, afirmou a atleta de 33 anos, na Web Summit, em Lisboa.
Patrícia Mamona participou num painel da cimeira tecnológica dedicado à saúde mental, juntamente com a futebolista Kika Nazareth e a atleta Marta Pen, ambas do Benfica, após a qual enalteceu a importância crescente dada ao tema entre os desportistas.
“Felizmente, está a tomar-se muito mais atenção à saúde mental, que era algo que afeta negativamente a qualidade de vida e nós, atletas, não estávamos a conseguir transmitir este problema. A Simone Biles e o Michael Phelps abriram o jogo e a mostrar que aquelas pessoas que julgávamos que eram máquinas são pessoas normais e que têm de trabalhar todos os aspetos da vida para terem bons resultados”, sublinhou.
Na sessão, Mamona deu como exemplo a ansiedade sentida na sua estreia olímpica, em Londres2012, assumindo o nervosismo pré-competição como normal e natural: “Quer dizer que estamos preparados para lutar”, enquanto, fora de competição, tenta “aproveitar todos os momentos para viver”.
“Aproveito todos os momentos para viver, para me sentir viva, e não uma máquina, que treina 24 horas por dia, cumprindo todos os sacrifícios, como acordar cedo para ir treinar”, referiu.
Após a sua presença na Web Summit, em declarações aos jornalistas, a atleta assumiu os objetivos para 2023, ano em que vão ser disputados os Europeus em pista coberta, em Istambul, entre 02 e 05 de março, e os Mundiais ao ar livre, em Budapeste, em 19 e 27 de agosto.
“Esta vai ser uma época difícil, como foram todas as outras, mas ainda mais porque o nível está bastante alto. Todos os pontos são importantes para serem trabalhados, 2023 é ano de Europeu [em pista coberta] e de Mundial [ao ar livre] e esses são os meus grandes objetivos. A garra está lá, a motivação está lá e acho que, se tudo correr bem, vamos ter a Patrícia ao nível que estamos habituados e que eu gosto”, concluiu.
A sétima edição da Web Summit arrancou hoje em Lisboa e termina na sexta-feira, contando com mais de 70.000 participantes, 2.630 'startups' e empresas, 1.120 investidores e 1.040 oradores.
A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações em Lisboa em 2016 e vai manter-se na capital portuguesa até 2028.