O capitão da seleção do Irão, treinada pelo português Carlos Queiroz e a caminho do Mundial do Qatar, afirmou que manifestações dos jogadores em prol dos protestos naquele país são «uma decisão pessoal».
“Estamos focados em jogar futebol. Desde pequeno que sonho em jogar pela seleção e todo o grupo sente isso. Estamos cá para respeitar a camisola, a seleção, e dar alegrias ao povo iraniano. Celebrar ou não [e com isso assinalar um protesto] é uma decisão pessoal, de cada jogador”, declarou Alireza Jahanbakhsh, do Feyenoord.
Em conferência de imprensa, a quatro dias de se estrearem contra Inglaterra, Jahanbakhsh explicou que a decisão de cantar o hino ou não, outra forma de protesto, será tomada “em coletivo, após discussão interna”.
O guarda-redes Alireza Beiranvand reforçou a ideia de decisão pessoal, e que os ‘Melli’ estão “focados no torneio mais importante da vida de cada um”, e no objetivo de passar da fase de grupos pela primeira vez na história da competição.
Carlos Queiroz já tinha dito, na terça-feira, que os futebolistas “têm o direito de se expressar”, desde que no espírito “do jogo e das leis da FIFA”.
Um movimento de protesto de massas que se estendeu a todo o país tem abalado o Irão desde a morte, há dois meses, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos presa por violar um rígido código de vestimenta que exige que as mulheres usem o véu islâmico em público.
Vários jogadores da seleção iraniana expressaram o seu apoio aos protestos nas redes sociais, usando pulseiras pretas durante as partidas ou recusando-se a cantar o hino nacional.
A estrela da equipa, Sardar Azmoun, jogador do Bayer Leverkusen, manifestou o seu apoio de forma mais contundente, denunciando a repressão das autoridades iranianas, tal como outros companheiros de equipa, incluindo o avançado do FC Porto Mehdi Taremi.
O Irão estreia-se no Mundial do Qatar perante a Inglaterra, no dia 21 de novembro, em jogo do grupo B, defrontando a seguir o País de Gales, no dia 25, e depois os Estados Unidos, no dia 29.