Um ‘bis’ do avançado equatoriano Enner Valencia estragou hoje a festa ao anfitrião Qatar, que se tornou o primeiro organizador de um Mundial a perder o jogo de estreia.
Num jogo inaugural do Mundial2022 dominado por completo pelos sul-americanos, foi o jogador de Jorge Jesus no Fenerbahçe a decidir, com um penálti, aos 16 minutos, e um espetacular cabeceamento, aos 31, depois de ver um primeiro golo ser-lhe anulado com polémica, aos três.
Perante um Qatar pouco mais do que inofensivo, os equatorianos decidiram o jogo na primeira parte e limitaram-se a controlar os acontecimentos na segunda, mostrando que podem lutar pelo apuramento com Países Baixos e Senegal, que se defrontam na segunda-feira no outro jogo da primeira jornada do Grupo A.
Na quarta presença, o Equador procura chegar pela segunda vez à fase a eliminar, repetindo o que conseguiu em 2006, e falhou em 2002 e 2014, enquanto o Qatar, único estreante, não parece ter argumentos para cumprir mais do que três jogos.
A formação equatoriana, que terminou a qualificação sul-americana no quarto lugar, assumiu o comando do jogo desde o apito inicial do árbitro italiano Daniele Orsato e introduziu a bola na baliza do Qatar logo aos três minutos.
Depois de um livre de Estupiñan, o guarda-redes Al-Sheeb saiu mal da baliza e falhou o corte, Estrada ganhou no ar e Torres centrou, acrobático, para a pequena área, onde apareceu Valencia a cabecear vitoriosamente. Parecia tudo legal, mas o videoárbitro (VAR) descortinou um fora de jogo mais do que duvidoso.
Os adeptos do Qatar fizeram a festa, mas por pouco tempo, pois o Equador continuou por cima e, aos 15, Valencia foi carregado na área pelo guarda-redes Al Sheeb, para, aos 16, bater com toda a calma no respetivo penálti.
O golo não mudou nada, já que os anfitriões continuaram incapazes de contrariar os sul-americanos, que chegaram ao segundo golo aos 31 minutos, o ‘bis’ de Valencia, com grande golpe de cabeça, após centro da direita de Preciado.
Até ao intervalo, Abdelkarim Hassan atirou para as ‘nuvens’ o primeiro remate do Qatar, aos 34 minutos, e, já aos 45+5, Almoez Ali cabeceou ao lado, aparentemente em fora de jogo, isto enquanto Valencia foi sofrendo cargas duras e rumou aos balneários em dificuldades físicas.
Para a segunda parte, o Equador baixou claramente o ritmo, apostando em controlar os acontecimentos, e não passou por grandes sustos, sendo exceção um cabeamento de Pedro Correia (62 minutos) e num ‘tiro’ de Muntari pouco por cima (86).
A formação liderada pelo argentino Gustavo Alfaro também não teve grandes ocasiões para aumentar a vantagem, destacando-se apenas um remate de Ibarra à figura do guarda-redes (55 minutos) e um cabeceamento ao lado de Rodríguez (90+5).