O Japão acabou a fase de grupos do Mundial do Qatar como começou, com uma sensacional reviravolta face a um ‘grande’, agora a Espanha (2-1), num resultado que apurou os dois conjuntos para os ‘oitavos’.
O encontro começou de forma ‘normal’, com um tento de Álvaro Morata, logo aos 11 minutos, e domínio total dos espanhóis, cenário que, inesperadamente, mudou de forma radical no início da segunda metade, com dois golos de ‘rajada’ dos asiáticos.
Ritsu Doan, que já tinha marcado vindo do banco na reviravolta com a Alemanha (2-1), entrou ao intervalo e voltou a ser determinante, com o golo do empate, aos 48 minutos, e o centro que esteve na origem do segundo, marcado por Ao Tanaka, aos 51.
Do ‘nada’, sem perceberem como, a exemplo do que sucedeu, por exemplo, à Argentina na estreia com a Arábia Saudita, os espanhóis apanharam-se a perder e, quando no outro jogo a Costa Rica se adiantou face à Alemanha (2-1), estiveram mesmo momentaneamente fora do Mundial2022 – acabaram salvos pelo 4-2 da ‘Mannschaft’.
Ainda assim, Luis Enrique terá ficado, certamente, preocupado com a incapacidade total da sua equipa em construir oportunidades de golo, depois de ficar a perder, também por mérito do Japão, que defendeu muito bem a preciosa vantagem, sabendo que - com a Alemanha a ganhar desde os 73 minutos - o empate lhe seria fatal.
Na sétima participação, o Japão está pela quarta vez nos ‘oitavos’, repetindo 2002, 2010 e 2018, enquanto a Espanha, campeã em 2010, livrou-se, na 16.ª participação, de repetir 2014, igualando para já os ‘oitavos’ de 2018.
Os nipónicos marcaram encontro com a Croácia, vice-campeã em título, que hoje quase caiu perante a Bélgica, enquanto os espanhóis encontram Marrocos, surpreendente vencedor do Grupo F.
Em relação à segunda ronda, as duas seleções trocaram cinco elementos, com a Espanha a apostar em Azpilicueta, Pau Torres, Balde, Nico Williams e Morata, em vez de Carvajal, Laporte, Alba, Asensio e Ferran e o Japão a trocar Yamane, Endo, Doan, Soma e Ueda por Taniguchi, Junya Ito, Tanaka, Kubo e Maeda.
O primeiro remate com algum perigo foi de Ito, aos oito minutos, mas os espanhóis, que assumiram o comando do jogo de início, marcaram cedo, aos 11, por Álvaro Morata, com um cabeceamento certeiro, após centro da direita de Azpilicueta.
Até ao intervalo, o ‘onze’ de Luis Enrique esteve sempre muito por cima, mas só criou perigo em novo remate de Morata, à figura de Gonda, aos 23 minutos, para, na parte final, os nipónicos aparecerem, mas pela negativa, com os seus três centrais (Itakura, Taniguchi e Yoshida) a verem amarelos.
Para a segunda parte, Luis Enrique trocou Azpilicueta por Carvajal, enquanto o selecionador japonês, Hajime Moriyasu, fez entrar Doan e Mitoma, e, num ápice, virou o jogo, como tinha feito na ronda inaugural, face à Alemanha.
Aos 48 minutos, e depois de recuperar uma bola a Balde, Doan fletiu da direita para o meio e rematou forte de pé esquerdo, com Unai Simón a tocar, mas a não evitar o empate.
Três minutos volvidos, os japoneses conseguiram a impensável reviravolta, com Doan, novamente ele, a centrar da direita para o segundo poste, onde Mitoma conseguiu, à tangente, que a bola não ultrapassasse a linha, colocando-a à ‘boca’ da baliza, onde Tanaka se antecipou a Rodri e marcou.
A perder, Luis Enrique lançou Ferran Torres, Asensio, Ansu Fati e Jordi Alba, mas a Espanha raramente conseguiu furar a densa muralha defensiva japonesa, sendo exceções remates de Asensio (89 minutos) e Del Olmo (90) que Gonda parou.