O Uruguai, por culpa própria, despediu-se hoje precocemente do Mundial do Qatar, apesar do triunfo sobre o Gana, por 2-0, num Grupo H em que também os africanos ficaram pelo caminho.
Em Al Wakrah, os sul-americanos chegaram com justiça ao intervalo já com os dois golos de vantagem, com um ‘bis’ de De Arrascaeta, aos 26 e 32 minutos, dando razão aos críticos uruguaios que, nas últimas duas semanas, defenderam com veemência a titularidade do jogador do Flamengo.
Mesmo após dois jogos sem grande brilho (0-0 com a Coreia do Sul e derrota 2-0 com Portugal), com este resultado, o Uruguai estava apurado, mas a equipa de Diego Alonso confiou demasiado em Portugal e desvalorizou a Coreia do Sul, acabando os asiáticos por seguir em frente com um triunfo por 2-1 sobre a seleção lusa, no outro jogo do grupo.
Os sul-americanos e a formação de Paulo Bento acabaram empatados com quatro pontos e com a mesma diferença de golos, mas os coreanos beneficiaram do melhor ataque (quatro contra apenas dois).
O Uruguai ficou assim apenas a um golo do apuramento, somando a primeira queda na fase de grupos desde 2002, mas acaba nesta situação apenas por culpa própria, já que podia ter alcançado um triunfo bem mais expressivo sobre o Gana.
Em vez de tentar de forma mais assertiva o terceiro golo, o Uruguai optou por gerir a partida, sempre à espera do ‘favor’ de Portugal e, depois, quando os coreanos chegaram à vantagem em Al Rayyan, os sul-americanos já tinha substituído as suas principais figuras, restando Cavani em campo.
Uma das imagens da despedida do Uruguai foi protagonizada por Luis Suárez, que acabou o jogo em lágrimas, naquele que foi o último encontro pelo seu país, após 137 internacionalizações e 68 golos.
Os africanos, que chegaram à terceira e última jornada em excelente posição para continuar no Mundial2022, desperdiçaram uma grande penalidade, por André Ayew, ainda na primeira parte, e só nos minutos finais conseguiram criar algum perigo junto da baliza de Rochet.
O início do encontro foi algo confuso, com muita luta a meio campo entre duas equipas claramente ansiosas pelo momento, mas, aos 19 minutos, tudo mudou.
Com recurso ao videoárbitro (VAR), o Gana teve uma grande penalidade, após falta do guarda-redes Rochet, que passou de vilão a herói segundos depois, ao defender com sucesso o remate de André Ayew.
O lance deu alento aos antigos campeões mundiais e o resultado final ficou definido nesta fase, com Luis Suárez a ser determinante nos dois golos da sua equipa.
Aos 26 minutos, De Arrascaeta reagiu mais depressa a um defesa incompleta do guarda-redes do Gana, após remate do Suárez, e, aos 31, o histórico avançado assistiu da melhor forma o seu colega de equipa, num lance ainda com participação de Darwin Núñez, ex-Benfica.
Totalmente confiante que esse resultado seria suficiente para passar aos oitavos de final, o Uruguai, na segunda parte, optou por gerir o encontro, dando de forma controlada a bola ao Gana, que precisava de dois golos para reentrar na luta.
Os africanos, mesmo com Kudus ‘endiabrado’, foram-se mostrando incapazes de chegar à baliza do Uruguai, que mesmo assim teve duas boas oportunidades para marcar, primeiro por Pellistri e depois por Valverde.
Na entrada para a fase decisiva do encontro, Kudus ainda obrigou Rochet a excelente defesa, mas o jogo passou a ser outro a partir do momento em que a Coreia do Sul fez o 2-1 a Portugal.
O guarda-redes Zigi, de forma acrobática, impediu Cavani em cima dos 90 minutos, com o veterano avançado pouco depois a implorar a marcação de uma grande penalidade, lance que, após o apito final, deixou os uruguaios de cabeça perdida em protestos junto do árbitro da partida.
Com oito minutos de descontos, Coates, titular novamente na sua seleção, passou a ponta de lança, como faz com frequência no Sporting, e teve mesmo a melhor oportunidade da equipa antes da despedida.