Dezenas de portugueses e luso-venezuelanos participaram numa missa convocada pela Filial N.º 43 do FC Porto na Venezuela para homenagear o ex-futebolista internacional português Fernando Gomes, que morreu há uma semana.
“Dedicamos aqui uma linda missa à memória de Fernando Gomes, para de alguma maneira poder dizer-lhe que será eterno, que não está finito para os adeptos portistas […], porque ele foi uma grande figura, uma grande glória do futebol português, como atestam as suas duas Botas de Ouro e tantos e tantos títulos”, disse Alvarinho Sílvio Moreira.
O antigo presidente da Casa do FC Porto de Caracas falava à agência Lusa no final da missa, que teve lugar na noite de sexta-feira (madrugada de hoje em Lisboa) na Capela de Nossa Senhora de Fátima, do Centro Português de Caracas, na qual participaram também vários dirigentes associativos e o embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago.
“Ele tinha um lema, que era honrar a camisola que vestia, dignificar e engrandecer o nome do FC Porto e com ele fazer pátria, fazer Portugal”, frisou o adepto portista.
Alvarinho Sílvio Moreira sublinhou ainda que “foram inúmeras as vezes em que os seus golos e as suas magníficas exibições foram a única alegria” que os portistas tiveram para passar o fim de semana longe do seu país.
“Fernando Gomes bem mereceu estes momentos, porque foi enorme, tanto como atleta e tanto como cidadão”, disse, sublinhando que “lutou contra uma doença terrível”.
Por outro lado, o presidente da Casa do FC Porto em Caracas, Manuel Oliveira de Almeida, explicou à Lusa que Fernando Gomes foi “uma grande glória portuguesa.
“Foi uma pessoa educada. Cada vez que falávamos com ele era como nós. Foi uma pessoa humilde e jovem ainda que lamentamos muito tenha partido. Caracas está triste, os portugueses de Caracas estão tristes, os portistas do Porto, de Portugal e de todo o mundo”, concluiu.
Presente na cerimónia religiosa, Alba Ferreira explicou à Lusa que “todos” em sua casa são portistas e que o seu pai “fez um trabalho excecional, ao inculcar esse amor pelo Porto”.
“Estudei no Porto, sou tripeira e isso é uma coisa levamos dentro de nós, dentro da nossa alma”, disse.
Alba Ferreira lembrou que “Fernando Gomes foi, quando andava na universidade, um grande jogador”.
“Lembro-me que cada vez que jogava, sabíamos que iríamos ter golos, que íamos ganhar. E sempre saía o Fernando Gomes a sobressair entre todos. Aprendemos a gostar dele. Hoje, temos muita pena de que tenha partido, que Deus o tenha levado muito cedo. Ainda podia ensinar-nos muito, mas deixou um grande legado, muitos corações apertados que o seguirão esteja onde estiver”, disse.
Segundo Alba Ferreira, na Venezuela “há uma grande comunidade de portistas”, refletida na filial 43.ª do FC Porto.
“Queríamos fazer-lhe esta homenagem. Não apenas dizer um adeus, fazer uma homenagem. Fernando Gomes, muito obrigado, estejas onde estiveres, e pedimos para ti que Deus te tenha em um bom lugar, e paz”, concluiu.
O antigo avançado internacional português, vencedor de duas Botas de Ouro e melhor marcador da história do FC Porto, faleceu em 26 de novembro, aos 66 anos, vítima de doença prolongada.
Fernando Gomes impôs-se como maior ‘artilheiro’ da história do FC Porto, com 355 golos em 452 jogos, e venceu uma Taça dos Campeões Europeus, uma Taça Intercontinental e uma Supertaça Europeia, além de três Taças de Portugal, três Supertaças Cândido de Oliveira e cinco campeonatos, que geraram duas Botas de Ouro (1982/83 e 1984/85).
Com 47 internacionalizações e 13 golos pela seleção lusa, que representou no Euro1984 e no Mundial1986, o popularizado ‘bibota’ intercalou as duas passagens pelas Antas com um périplo nos espanhóis do Sporting de Gijón (1980-1982) e despediu-se dos relvados no Sporting (1989-1991), assumindo desde 2010 funções diretivas no clube do coração.